metropoles.com

Por videochamada, Haddad negocia ajuda dos Brics à Argentina

O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, desistiu de ir à China para negociar pessoalmente a auxílio financeiro à Argentina

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fábio Vieira/Metrópoles
Imagem colorida do ministro Fernando Haddad
1 de 1 Imagem colorida do ministro Fernando Haddad - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Após ter desistido de viagem à China para articular pessoalmente a ajuda financeira à Argentina, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai participar, na noite desta segunda-feira (29/5), manhã de terça (30/5) em Xangai, de reunião do Banco dos Brics (NDB, na sigla em inglês).

A presença de Haddad na abertura da 8ª Reunião Anual do Conselho de Governadores será por videoconferência. Esta será a primeira reunião comandada pela nova presidente do banco, a ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff.

Por unanimidade, Dilma Rousseff é eleita presidente do Banco dos Brics

O cancelamento da viagem de Haddad ao país asiático foi motivado pelas articulações em busca de votos para aprovar o novo marco fiscal no Congresso.

Após passar pela Câmara dos Deputados na semana passada, o projeto chegou ao Senado Federal na última quinta-feira (25/5). A oposição tenta fazer com que o texto passe por comissões temáticas antes de ser avaliado pelo plenário, o que pode atrasar a tramitação.

Com chance de ir a comissão, marco fiscal deve ter tramitação mais lenta no Senado

Omar Aziz será relator do novo marco fiscal no Senado

O novo marco fiscal é tema prioritário para a agenda econômica do governo. Ele vai substituir o teto de gastos como ferramenta de controle das contas públicas. Além de condicionar o crescimento das despesas à alta nas receitas, a proposta promete zerar o déficit já em 2024 e prevê um piso de investimentos públicos e condiciona. Mudanças feitas pelos deputados federais no texto original tornaram as regras ainda mais rígidas.

Ajuda à Argentina

Haddad viajaria ao país asiático a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para acertar a negociação de ajuda financeira à Argentina. Ele já esteve na China com o próprio Lula em abril. A previsão era de uma viagem curta, com embarque no útimo sábado (27/5) e regresso ao Brasil em 1° ou 2 de junho.

Haddad tem cumprido uma agenda extensa de viagens ao exterior. Além das próprias China e Argentina, ele já esteve na Suíça, no Uruguai, na Índia, nos Estados Unidos e no Japão.

No início deste mês, o presidente da ArgentinaAlberto Fernández, esteve em Brasília para reuniões com Lula e Haddad. Na ocasião, o governo federal indicou a possibilidade de oferecer linhas de crédito aos empresários brasileiros que exportarem para o país vizinho.

Missão dada por Lula

Durante sua participação no G7 Financeiro, no Japão, há cerca de duas semanas, Haddad discutiu a crise no país vizinho com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Estados Unidos.

Recentemente, o FMI se comprometeu com um programa de socorro ao país sul-americano que previa o pagamento de US$ 44 bilhões em 30 meses – tendo como contrapartida a adoção de medidas para combater a inflação. Até o fim do ano passado, haviam sido desembolsados US$ 23,5 bilhões. Desde a retomada da democracia na Argentina, em 1983, já houve 13 acordos com o FMI.

Socorro à Argentina: por que Haddad pediu ajuda a FMI e EUA

Além da preocupação econômica, dado que a Argentina é um dos principais parceiros econômicos do Brasil, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos, existem interesses políticos na negociação pró-Argentina.

O governo entende que interceder pelo vizinho junto ao FMI e outros organismos internacionais cacifa o Brasil a se consolidar, perante o mundo, sua posição de líder do continente.

Crise econômica argentina

A Argentina enfrenta uma grave crise econômica. O dólar, por exemplo, tem registrado recordes em comparação ao peso, moeda argentina. A inflação no país está 104% ao ano, maior percentual em 30 anos.

Recentemente, Alberto Fernández anunciou que não vai se candidatar à reeleição. No anúncio, ele disse que a Argentina enfrenta “tantas dificuldades”, citando que há famílias em situação de pobreza ou de baixa renda e a seca que atinge o país, chamada por Fernández de a pior do último século.

Lula e Alberto Fernández são aliados políticos. Fernández esteve na posse de Lula em 1º de janeiro deste ano, e visitou o aliado quando o petista estava preso em Curitiba (PR), em razão de uma condenação na Operação Lava Jato.

Em janeiro deste ano, Lula foi a Buenos Aires, em sua primeira viagem internacional como novo presidente do Brasil. Em discursos, os dois chefes de Estado defenderam a criação de uma moeda comum.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?