Por queda de juros, deputados querem participar de reuniões do Copom
As reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central são responsáveis por discutir a taxa de juros mínima no Brasil
atualizado
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Para pressionar que a taxa básica de juros caia no Brasil, deputados querem participar das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O órgão, que conta com independência assegurada por projeto de lei aprovado em 2021, tem reuniões secretas para decidir esse valor. A Selic atual, em 13,75%, é amplamente criticada pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O movimento é liderado por José Nelto (PP-GO). O parlamentar, segundo apurou o Metrópoles, tem reunião marcada na próxima terça-feira (20/6) com Arthur Lira (PP-AL), ambos discutirão o posicionamento do presidente da Câmara dos Deputados e farão uma análise sobre qual alternativa a ser criada pela Casa garantirá a participação no colegiado.
Até o momento, discute-se a necessidade de criação de um grupo de trabalho para definir a melhor aproximação para assesgurar a presença de parlamentares nas reuniões. Estuda-se a apresentação de um Projeto de Lei mas, antes, deve ser instaurado um grupo de trabalho na Câmara para debater a matéria.
“As reuniões do Copom privilegiam banqueiros que não querem mostrar como são feitas as formulações das taxas de juros, que, por sua vez, afetam severamente a população brasileira. São reuniões secretas que mais parecem o clube do bolinha”, comentou recentemente José Nelto na tribuna da Câmara dos Deputados.
Atualmente, participam do Copom o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e diretores do órgão. A taxa Selic definida pelo encontro é válida, sempre, pelos próximos 45 dias. A próxima reunião acontece em breve, no dia 21/6.
Para o parlamentar, deputados e senadores devem interferir nas decisões do Copom na condição de “representantes do povo”. “Travamos uma grande luta para diminuir os juros no Brasil. Veja a incoerência. No nosso país, a inflação está caindo, o preço da cesta básica vai diminuindo, mas o Copom não se move para diminuir os juros”, criticou.
Taxa de juros
Atualmente, a taxa de juros definida pelo banco central é de 13,75%. Por causa disso, Roberto Campos Neto, presidente do BC, foi criticado em diversas ocasiões pelo presidente Lula e representantes do seu governo.
“É muito engraçado o que se pensa nesse país, todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juro. ‘Ninguém fala de juro’, como se um homem sozinho soubesse mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas”, declarou Lula durante reunião do Conselhão, em maio.