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Políticos reagem à suposta ameaça de Braga Netto contra eleições

A ameaça seria para que Lira aprovasse o voto auditável, caso contrário não haveria eleições em 2022

atualizado

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Braga Netto e Jair Bolsonaro
1 de 1 Braga Netto e Jair Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Políticos brasileiroas reagiram a uma suposta ameaça do ministro da Defesa, Braga Netto, contra as eleições de 2022 ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). De acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo desta quinta-feira (22/7), Braga Netto teria dito por meio de um interlocutor que, se o voto auditável não fosse aprovado, não haveria o pleito do ano que vem.

A hashtag “Braga Netto” ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter horas após a publicação da matéria.

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou, por meio de nota, que, em uma democracia, militares não podem decidir se vai haver ou não eleições.

“Numa democracia, quem decide se tem ou não eleição não são os militares e sim a Constituição que eles juraram defender e cumprir. Portanto, se realmente houve o episódio, o ministro da Defesa se afasta do seu juramento militar e envereda por um golpismo que precisa ser combatido duramente pela sociedade, pelos Poderes e pelas instituições democráticas. A notícia de que o presidente Arthur Lira foi claro ao presidente Bolsonaro se postando ao lado da Democracia e da Constituição é uma questão importante”, disse Ramos.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), afirmou em uma live no Instagram, sem citar a matéria, que frequentemente as falas do presidente são deturpadas.

“O presidente fala a todo momento que ele não é um ditador. A esquerda adoraria que ele fosse ditador, porque aí o discurso dela se tornaria verdade”, disse o parlamentar no vídeo.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), envolvido no caso, negou que tenha recebido qualquer tipo de ameaça.

A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, afirmou por meio de uma publicação em uma rede social que a denúncia tem que ser explicada.

O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) também se manifestou por uma publicação no Twitter. “Não cabe ao Ministro da Defesa querer impor ao Parlamento o que deve aprovar, nem estabelecer condições para que as eleições aconteçam”, disse.

Entenda

O ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria mandado, no último dia 8 de julho, um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que não haverá eleições em 2022 se não houver voto impresso e auditável.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o recado teria sido dado por meio de um interlocutor ao presidente da Câmara. Ao dar o aviso, porém, Braga Netto estaria acompanhado de chefes militares das Forças Armadas.

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