Policiais Federais sobre prisão de Temer: “Não existem privilegiados”
A Operação Descontaminação, que prendeu políticos nesta quinta-feira (21/3), tem oito alvos e 24 determinações de busca e apreensão
atualizado
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Após a Polícia Federal deflagrar, na manhã desta quinta-feira (21/3), a Operação Descontaminação, que determinou a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) e de outros sete alvos, a Federação dos Policiais Federais (Fenapef) afirmou que “não existem privilegiados” nos olhos da instituição.
Por meio de sua página no Twitter, a federação afirmou que a lei é aplicada igualmente a todos. “Nosso papel é fazer com que a lei seja aplicada de forma igualitária para todos”, diz trecho da publicação.
Além do mandado de prisão do ex-presidente, agentes da PF ainda cumprem 24 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal.
“Não existem privilegiados para os policiais federais. Nosso papel é fazer com que a lei seja aplicada de forma igualitária para todos. Essa é mais uma demonstração do profissionalismo e apartidarismo presente nos trabalhos conduzidos pela Polícia Federal”.
— FENAPEF (@FENAPEF) March 21, 2019
A investigação teria como base as delações do empresário José Antunes Sobrinho, ligado a Engevix, e do corretor Lucio Funaro. Sobrinho citou acordo sobre “pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho, coronel ligado a Temer, e pelo ministro Moreira Franco, com anuência do então presidente, no contexto do contrato da AF Consult Brasil com a Eletronuclear.
De acordo com a PF, “as apurações também indicaram uma espécie de braço da organização, especializado em atos de contrainteligência, a fim de dificultar as investigações, tais como o monitoramento das investigações e dos investigadores, a combinação de versões entre os investigados e, inclusive, seus subordinados, e a produção de documentos forjados para despistar o estado atual das investigações”.
O Ministério Público Federal (MPF) afirmou, em nota, que “requereu a prisão preventiva de alguns dos investigados, pois, todos esses fatos somados apontam para a existência de uma organização criminosa em plena operação, envolvida em atos concretos de clara gravidade”.