Polícia Federal faz buscas na Câmara dos Deputados
A pedido da Procuradoria-Geral da República, policiais cumprem mandados no gabinete e em imóveis do deputado Lúcio Vieira Lima
atualizado
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A Polícia Federal (PF) fez buscas na Câmara dos Deputados e em outros endereços de Brasília e da Bahia na manhã desta segunda-feira (16/10). A ação atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi autorizada pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação da PF tem como alvo principal o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB/BA), irmão do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima.
O gabinete do parlamentar, no sexto andar da Câmara dos Deputados, foi revistado pelos policiais federais por cerca de quatro horas. A PF deixou o escritório do deputado levando, pelo menos, duas malas com documentos. Agentes e delegados também fazem buscas nas residências de Lúcio Vieira Lima em Brasília e na Bahia.Devido à operação, o sexto andar da Câmara foi interditado. Outro alvo é o secretário parlamentar do peemedebista Job Brandão Ribeiro. A polícia teria encontrado digitais dele nos R$ 51 milhões achados em um apartamento de Salvador ligado a Geddel.
O dinheiro foi encontrado, em setembro, durante a deflagração da Operação Tesouro Perdido. Dentro das malas recheadas de moedas nacional e estrangeira, havia uma nota fiscal de uma funcionária do deputado Lúcio Vieira Lima. Trata-se de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada como empregada doméstica do congressista.
O apartamento onde o dinheiro estava é de Silvio Antônio Cabral da Silveira. Ele contou à polícia que teria emprestado o imóvel a Geddel a pedido de Lúcio Vieira Lima. Diante desses indícios de suposta ligação do parlamentar com a quantia milionária, a PGR pediu que a Justiça autorizasse a PF a fazer busca e apreensão no gabinete e endereços ligados ao deputado e ao seu assessor.
Trata-se da primeira operação da recém-empossada chefe da Procuradoria, Raquel Dodge, contra políticos acusados de corrupção.
Após o dinheiro ter sido encontrado, Geddel foi preso preventivamente, na casa em que mora e onde já cumpria pena domiciliar, em Salvador. O encarceramento foi determinado pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal.
A Procuradoria-Geral da República informou, por meio de nota, que de fato foram executados quatro mandados de busca e apreensão nos três endereços de Lúcio Vieira Lima e em um de seu secretário, em Salvador. Além das cautelares, a PGR também pediu que as investigações relativas à Operação Cui Bono, que apura irregularidades na Caixa Econômica Federal, continuem na primeira instância.
Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, não há previsão para um posicionamento oficial sobre a operação. O Metrópoles ainda não conseguiu contato com o deputado nem com sua assessoria de imprensa.