Polícia Federal deflagra nova fase da Lava Jato no DF e mais 2 estados
João Cláudio Genu foi preso preventivamente em Brasília. Estão sendo cumpridos dois mandados de busca. De acordo com a PF, ele teria participado do esquema de propina da Petrobras
atualizado
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A Polícia Federal (PF) está nas ruas desde a madrugada desta segunda-feira (23/5) para cumprir mandados na 29ª fase da Operação Lava Jato. A ação ocorre no Distrito Federal, Pernambuco e no Rio de Janeiro. Um dos investigados é assessor do ex-deputado federal José Janene e tesoureiro do Partido Progressista (PP). João Cláudio Genu foi preso preventivamente em Brasília. Ele estava em um hospital, como acompanhante de uma pessoa. Também estão sendo cumpridos dois mandados de busca na casa e no apartamento dele.
Genu foi investigado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão do PT. Na Operação Lava Jato, ele é suspeito de distribuir dinheiro que veio do esquema de corrupção que atuou na Petrobras a políticos do PP. Em julho de 2015, a força-tarefa da Operação Lava Jato já havia cumprido mandado de busca e apreensão na casa do ex-assessor.
“Foi, juntamente com o deputado, denunciado na Ação Penal 470 do STF (Mensalão), acusado de sacar cerca de R$ 1,1 milhão de propinas em espécie das contas da empresa SMP&B Comunicação, controlada por Marcos Valério Fernandes de Souza, para entregar a parlamentares federais do Partido Progressista, no escândalo criminal conhecido vulgarmente por Mensalão”, disse a PF.
Durante a coletiva, o delegado da PF Igor Romário de Paula falou sobre o áudio vazado de Romero Jucá. Ele afirmou que a PF foi “pega de surpresa” como todos mais. Ele disse que a origem do áudio deve ser apurada no foro adequado. Ele também nega interferência no trabalho da Lava Jato. “O trabalho segue normalmente”, disse.
A nota ainda destaca que na ocasião, Genu “foi condenado no julgamento pelo Plenário do STF por corrupção e lavagem, mas houve prescrição quanto à corrupção e, quanto à lavagem, foi ele posteriormente absolvido no julgamento dos sucessivos embargos infringentes sob o argumento de atipicidade”.
Agora, a Lava Jato aponta que Janene continuou recebendo repasses mensais de propinas, mesmo durante o julgamento do Mensalão e após ter sido condenado. O preso e o material apreendido devem ser levados ainda nesta segunda para a PF em Curitiba.
Janene morreu em 2010, aos 55 anos, com problemas no coração. Ele estava inscrito em fila de espera para transplante.
Repescagem
Batizada de Repescagem, por ter como alvo pessoas já investigadas, a operação cumpre seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária.
Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba/PR em procedimento que investiga os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva a ativa envolvendo verbas desviadas do esquema criminoso revelado no âmbito da Petrobras.
A última operação da Lava Jato ocorreu em 12 de abril, e levou para a cadeia o ex-senador brasiliense Gim Argello (PTB), acusado de cobrar propina para não convocar representantes de empreiteiras para depor da CPI da Petrobras.