Podemos repudia CPI contra Sergio Moro: “Só mostra o tamanho do medo”
Executiva nacional do partido afirma que investigar o ex-juiz é uma tentativa de manipular fatos e promover fake news por vingança
atualizado
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A Executiva nacional do Podemos divulgou nota, na noite de segunda-feira (24/1), em repudio contra a possibilidade de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suposto conflito de interesse na contratação do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) pela empresa Alvarez & Marsal.
Segundo a direção do partido, a articulação se trata de uma “união do PT de Lula com o governo Jair Bolsonaro e ao PP de Ciro Nogueira [ministro da Casa Civil] e Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados] para criar uma CPI contra Sérgio Moro”.
“Refutamos essa lamentável linha de vingança que une campos opostos contra um brasileiro honesto e íntegro que entra na política para colocar seu nome à disposição do povo brasileiro para liderar um projeto de reconstrução do Brasil”, disse. “Atacar Moro com CPI, manipulação de fatos e fake news só mostra o tamanho do medo deles contra o combate ao sistema corrupto”, acrescentou.
A Executiva do partido destacou que “criar uma CPI para se investigar a relação de trabalho desse brasileiro com uma empresa particular é ilegal perante as nossas leis vigentes”.
A bancada do partido no Senado também repudiou a ideia de CPI. Os parlamentares afirmaram que a “tentativa nefasta” de autoridades “atingidas pela Lava Jato” teria o objetivo de prejudicar a pré-candidatura de Moro.
O comunicado foi assinado por Álvaro Dias (PR), líder do Podemos, e os senadores Eduardo Girão (CE), Flávio Arns (PR), Jorge Kajuru (GO), Lasier Martins (RS), Marcos do Val (ES), Oriovisto Guimarães (PR), Reguffe (DF) e Styvenson Valentim (RN).
O trabalho do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro para a consultoria norte-americana Alvarez & Marsal está na mira do Tribunal de Contas da União (TCU), que na última sexta-feira (21/1) retirou o sigilo dos documentos do processo.
A consultoria recebeu 78% de seus honorários de empresas que foram alvo da Lava Jato, operação que Moro comandava quando era juiz. Dos R$ 83,5 milhões auferidos pela Alvarez em processos de recuperação judicial e falência, R$ 65,1 milhões vieram de firmas investigadas na operação