Planalto sobre morte de Olavo de Carvalho: “Contribuição inestimável”
Olavo de Carvalho influenciou o presidente Jair Bolsonaro e chegou a influenciar na escolha de pessoas para cargos no governo federal
atualizado
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O Palácio do Planalto veiculou, na manhã desta terça-feira (25/1), uma nota oficial (leia a íntegra abaixo) lamentando a morte do escritor Olavo de Carvalho, considerado guru do bolsonarismo. Internado em um hospital de Richmond, Virgínia, nos Estados Unidos, o escritor, de 74 anos, morreu nesta madrugada (no horário de Brasília).
No comunicado assinado pelo Governo Federal, Secretaria Especial da Cultura e Secretaria Especial de Comunicação Social, o órgão lamenta a perda de Carvalho. A nota ainda acrescenta que o professor teve “contribuição inestimável ao pensamento filosófico e ao conhecimento universal”.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou a morte do astrólogo dizendo que o professor foi um “farol para milhões de brasileiros”. “Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros”, escreveu o chefe do Executivo nacional em um tuite.
– Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o Filósofo e Professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho.
– Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 25, 2022
Natural de Campinas (SP), Olavo vivia desde 2005 nos Estados Unidos. Após a eleição de Jair Bolsonaro (sem partido) para presidente, ele se revelou um consultor e espécie de guru intelectual de assessores próximos a Bolsonaro.
A relação de Carvalho com o presidente começou, principalmente, por causa da relação do escritor com os filhos de Bolsonaro, que se referem a ele como “professor Olavo”. A lista de seguidores incluiu ainda figuras já rompidas com Bolsonaro, como o blogueiro de direita Felipe Moura Brasil e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP).
Leia a íntegra da nota publicada pelo Palácio do Planalto:
O Governo do Brasil lamenta a perda do filósofo e professor Olavo de Carvalho e manifesta seu pesar e suas condolências a familiares, amigos e alunos.
De contribuição inestimável ao pensamento filosófico e ao conhecimento universal, Olavo deixa como legado um verdadeiro apostolado a respeito da vida intelectual, com uma vasta obra composta de mais de 40 livros e milhares de horas de aulas. Entre suas inúmeras contribuições, defendeu a primazia da consciência individual; apresentou uma inédita e inigualável teoria sobre os quatro discursos aristotélicos; teceu valiosas considerações sobre o conhecimento por presença e originais análises sobre as etapas do desenvolvimento da personalidade humana; além de inúmeras outras contribuições que inspiraram e influenciaram dezenas de milhares de alunos e leitores – inclusive, levando muitos à conversão à fé, segundo incontáveis relatos.
Intransigente defensor da liberdade e escritor prolífico, o professor Olavo sempre defendeu que a liberdade deve ser vivida no íntimo da consciência individual e na inegociável honestidade do ser para consigo mesmo: “Não fingir saber o que não sabe nem fingir não saber o que sabe”, resumia assim o conceito da honestidade intelectual. Olavo de Carvalho oxigenou o debate público brasileiro e inseriu no mercado editorial do país e popularizou centenas de autores, dentre os quais se destacam Mário Ferreira dos Santos, Louis Lavalle e Viktor Frankl.
Admirado por proeminentes intelectuais, foi classificado por Roberto Campos como “filósofo de grande erudição”; segundo Jorge Amado, possuía “reconhecida competência na área da filosofia”. Para Paulo Francis, “Olavo de Carvalho vai aos filósofos que fizeram a tradição ocidental de pensamento, dando ao leitor jovem a oportunidade de atravessar esses clássicos”. E para Ives Gandra Martins, “Olavo é o mestre de todos nós”. O filósofo também foi reconhecido por grandes escritores nacionais, como Herberto Salles, Josué Montello, Ariano Suassuna, Antônio Olinto, Hilda Hilst, Miguel Reale, Bruno Tolentino e muitos outros.
<< O amor não é um sentimento: é uma decisão, um ato de vontade e um comprometimento existencial profundo. Os sentimentos variam, mas o amor permanece. Quem não compreendeu isso não chegou nem perto da maturidade. É um juramento interior de defender o ser amado até à morte, mesmo quando ele peca gravemente contra você. O amor é mesmo, como dizia Jesus, morrer pelo ser amado. Quando a gente espera que o amor torne a nossa vida mais agradável, em vez de sacrificar a vida por ele, a gente fica sem o amor e sem a vida. O amor é o mais temível dos desafios, porém, quando você o conhece, não quer outra coisa nunca mais. >> Olavo de Carvalho.