Planalto: matérias sobre rachadinha levam a “conclusões precipitadas”
Em nota, Secretaria de Comunicação Social da Presidência afirmou que trechos divulgados não possuem contextualização cronológica
atualizado
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A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) divulgou uma nota nesta segunda-feira (5/7) na qual contesta a série de reportagens do UOL que aponta como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria integrado esquema de devolução de salários de assessores no período compreendido entre 1991 e 2018, durante seus mandatos como deputado federal.
A coluna da jornalista Juliana Dal Piva divulgou três reportagens indicando que o presidente não só integrava o esquema como cobrava diretamente a devolução dos salários dos assessores de seu gabinete. Segundo Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente, o então deputado federal demitiu o irmão dela porque ele não estaria cumprindo o combinado de devolver o valor acertado.
De acordo com a Secom, foi construída uma narrativa com divulgação de trechos sem contextualização cronológica, que “parecem ter como intuito induzir o leitor/expectador (sic) a conclusões precipitadas por carecer de contexto”.
Em uma segunda denúncia, o hoje chefe do Executivo federal é apontado como sendo conhecido na família Queiroz como “01”. Os áudios revelam diálogos entre a esposa e a filha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que já é investigado na apuração de “rachadinha”.
Nos áudios, mãe e filha comentam que Bolsonaro, que já era presidente, não deixaria Queiroz voltar ao cargo de assessor no gabinete de Flávio.
“É chato também, concordo. É que ainda não caiu a ficha dele que agora voltar para a política, voltar para o que ele fazia, esquece. Bota anos para ele voltar. Até porque o 01, o Jair, não vai deixar. Tá entendendo? Não pelo Flávio, mas, enfim, não caiu essa ficha, não. Fazer o quê? Eu tenho que estar do lado dele”, disse Márcia. Ouça aqui.
Na terceira, a jornalista mostra que não só Queiroz recolhia os salários de assessores, mas que outras pessoas também foram, supostamente, designadas para a tarefa. Um coronel da reserva do Exército, de nome Guilherme dos Santos Hudson, foi apontado pela ex-cunhada de Bolsonaro como responsável por cobrar parte do recebimento.
“O tio Hudson também já tirou o corpo fora, porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e buscava no banco era ele”, afirmou Andrea. Ouça a declaração aqui.
A reportagem do UOL entrou em contato com o advogado do presidente, Frederick Wassef, que disse que os fatos não procedem. “São narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de rachadinha no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus filhos.”
Leia a nota da Secom, na íntegra:
Considerando que não tivemos acesso à íntegra das gravações divulgadas pelo UOL, mas apenas a trechos fora de contexto, sem mais informações sobre data e hora, não há como nos manifestar. A construção da narrativa, tal qual feita pelo UOL, por meio da divulgação de trechos sem contextualização cronológica parecem ter como intuito induzir o leitor/expectador (sic) a conclusões precipitadas por carecer de contexto.
SECOM