Planalto: demissão do presidente da Apex é responsabilidade de Araújo
Segundo o minstro, a exoneração de Vilalva faz parte “do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro não vai comentar a demissão do presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Mário Vilalva. Segundo o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, a exoneração é responsabilidade do chanceler Ernesto Araújo e questões sobre o assunto devem ser dirigidas a ele.
“O presidente não faz comentários sobre as ações de instâncias que estão subordinadas aos seus ministros”, respondeu ao ser questionado se Bolsonaro fez algum tipo de orientação sobre a escolha do sucessor de Vilalva.
O Itamaraty informou nesta terça-feira (9/4) por meio de nota, que o presidente da Apex-Brasil, Mário Vilalva, foi exonerado do cargo. Na nota, Ernesto Araújo, anuncia a exoneração que diz fazer parte “do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro”. A nota não informa quem será o novo presidente da Apex.
A saída de Vilalva é uma vitória de Ernesto Araújo em uma disputa travada com militares por poder na Apex-Brasil. Com a exoneração, Vilalva é o segundo presidente da Apex demitido pelo governo Bolsonaro. O primeiro foi Alexandre Carreiro, demitido ainda em janeiro, depois de entrar em conflito com diretores indicados por Araújo.
Em entrevista nessa segunda (8), Vilalva classificou como “golpe” a mudança no estatuto do órgão feita pelo ministro Ernesto Araújo, que retirou poderes do presidente da agência e ampliou força de diretores. “Realmente não compreendo, esse tipo de postura por parte do ministro [Ernesto Araújo], esse tipo de atitude que eu considero mais um golpe, de fazer na calada da noite uma modificação profunda no estatuto para me tirar poderes e dar esse poder para pessoas que não estão preparadas”, disse.
Segundo ele, Araújo chegou a oferecer-lhe “postos maravilhosos no exterior” para que deixasse o cargo. “Eu não estou à venda, não estou aqui para amanhã ser comprado”, disse.
A crise começou após Vilalva baixar uma portaria em que retirou dos diretores de Negócios, Letícia Catelani, e de Gestão, Márcio Coimbra, ambos indicados por Araújo, o poder de nomear e demitir funcionários. A portaria seria uma retaliação ao fato de Catelani e Coimbra terem se negado a assinar um contrato da agência com uma empresa citada na Lava Jato. Vilalva nega essa versão. Segundo ele, a portaria foi feita após ele “perceber que havia um certo relaxamento em relação a contratação de pessoas”.