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PL ganhou menos de 10 mil filiados após entrada de Bolsonaro

Mudança do presidente para o partido não rendeu leva de filiados. Partido de Valdemar Costa Neto é o oitavo maior em número de associados

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Caio Ayres/Metrópoles
Filiados PL
1 de 1 Filiados PL - Foto: Caio Ayres/Metrópoles

De novembro de 2021, quando Jair Bolsonaro quebrou o período de dois anos sem partido e decidiu se integrar aos quadros do Partido Liberal (PL), até abril de 2022, data da última inserção de dados na plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PL só ganhou 9,1 mil novos filiados.

Para efeitos de comparação, o número é pouco mais do que um terço do obtido pelo PT no mesmo período (24,6 mil). Ainda assim, o resultado é positivo, tendo em vista que, em todo o ano de 2021, o PL tinha tido um saldo negativo, perdendo 12,5 mil filiados.

O crescimento nos quadros do PL nos últimos meses era esperado, dada a filiação do presidente — que carregou consigo deputados, senadores, vereadores e prefeito para a sigla —, assim como ocorreu com o PSL em 2018.

Com um total de 770,7 mil eleitores associados, o PL fica na 8ª posição entre os partidos e representa 4,7% do eleitorado filiado total. Dentre as siglas registradas no TSE, o MDB é a que possui a maior quantidade de filiados, com 2,1 milhões. O PT vem na sequência, com 1,6 milhão, seguido por PSDB e PP (aproximadamente 1,3 milhão cada).

O caso do MDB é emblemático, pois, apesar de ter o maior número de filiados, não é o partido com a militância mais aguerrida do país. A especialista em direito eleitoral Carla Rodrigues explica que há uma discussão na ciência política sobre a coincidência entre filiados e militantes.

“Eu entendo que nem todo filiado é um militante. Muitos partidos têm um número alto de filiados, mas isso não é convertido em militância”, diz ela. “Enquanto isso, tem pessoas que são militantes, mas não querem se filiar a nenhum partido. Podem até acompanhar aquela ideologia partidária, mas não são efetivamente filiados”, prossegue.

Na visão de Carla, o aumento no número de filiados ao PL pode favorecer a campanha à reeleição de Bolsonaro. “Isso significa uma maior capilaridade eleitoral nos estados e nos municípios. Quando se tem um maior número de filiados, principalmente no tocante a representantes do povo, logicamente se garante mais palanques”, explica.

Outro partido que também cresceu em número de filiados foi o Republicanos (foram 6,5 mil a mais entre novembro de 2021 e abril de 2022). Esse aumento ocorreu porque ministros, parlamentares e aliados do entorno do presidente escolheram a legenda para se associar. O partido é um dos com que Bolsonaro conta na sua coligação. 

O número de filiados demonstra a força do partido e a sua representatividade na sociedade. A filiação partidária é a forma que um eleitor tem de criar vínculo com um partido político. Ela garante participação mais ativa nas discussões partidárias. Não se filiam apenas aqueles que desejam se candidatar a cargos eletivos, mas todos que desejam algum tipo de envolvimento nas decisões.

Segundo a Lei dos Partidos Políticos, só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.

Bancada federal cresce

Enquanto isso, a bancada federal do PL teve crescimento expressivo no Congresso Nacional na última janela partidária. Na Câmara, passou de 42 deputados para 77 e se tornou a maior bancada da Casa. No Senado, são nove senadores, ante três antes da filiação do mandatário. 

O partido também ampliou sua representação nos parlamentos estaduais. A Assembleia Legislativa de São Paulo passou a ter 19 nomes filiados ao PL, ante seis anteriormente. Na do Rio, são 14 parlamentares. Antes da janela partidária, o partido tinha apenas um representante no legislativo fluminense.

O PL contará com R$ 288,5 milhões do fundo eleitoral para as eleições de 2022, de acordo com a Corte Eleitoral. O valor equivale a 5,82% do fundo.

Bolsonaro pelos partidos

Em seus 30 anos de vida pública, Bolsonaro já passou por nove agremiações, algumas das quais decorrentes de fusões ou que tiveram mudança de nomenclatura. Ele se elegeu vereador, em 1988, pelo PDC, partido que depois se fundiu ao PDS, herdeiro direto da Arena, formando o PPR. Durante seus sete mandatos como deputado federal, Bolsonaro passou por PPB, PTB, PFL, PP, PSC, PSL e, agora, PL.

Bolsonaro deixou o PSL, partido pelo qual foi eleito presidente em 2018, em novembro de 2019, após uma série de desentendimentos com a cúpula da sigla. Na ocasião, assim que se desincompatibilizou, promoveu o lançamento de uma nova agremiação: o Aliança pelo Brasil

O projeto, entretanto, não saiu do papel em razão da dificuldade para recolher as assinaturas exigidas para registro perante o TSE.

Ante a dificuldade de reunir o número mínimo de apoiamento, Bolsonaro descartou a criação de uma legenda própria e cedeu à pressão para se filiar a uma sigla do Centrão.

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