metropoles.com

PF relaciona esquema de fraude em registros de vacina ao gabinete do ódio

Investigação da PF citou o gabinete do ódio, que amplificava a difusão de notícias falsas sobre a pandemia e atacava a vacina da Covid-19

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Breno Esaki/Metrópoles
PF Bolsonaro
1 de 1 PF Bolsonaro - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

A investigação da Polícia Federal (PF) que culminou na operação Venire, realizada nesta quarta-feira (3/5), traça um paralelo entre o grupo que fraudou cartões de vacinação e o gabinete digital que atuava em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto — conhecido como gabinete do ódio.

“Conforme apresentado em vários relatórios produzidos nos autos do Inq. 4874/DF [que investiga a atuação de milícias digitais], o mecanismo idealizado pelo autointitulado GDO (gabinete do ódio) reverberou e amplificou por multicanais a difusão de notícias falsas envolvendo a pandemia e ataques à vacinação contra covid-19, sendo objetos de investidas constantes realizadas pela milícia digital investigada”, considerou a autoridade policial.

O trecho está na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STFAlexandre de Moraes que autoriza a operação realizada nesta quarta.

Em seguida, a PF disse que a associação criminosa formada para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde buscou “manter coeso o elemento identitário do grupo em relação a suas pautas ideológicas”.

“Assim, percebe-se que a estrutura criminosa criada no município de Duque de Caxias/RJ foi utilizada para propiciar que pessoas do círculo próximo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro pudessem burlar as regras sanitárias impostas na Pandemia da covid-19 e por outro lado, manter coeso o elemento identitário do grupo em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.

Gabinete do ódio

O gabinete do ódio era comandado pelo filho 02 de Bolsonaro, o vereador do Rio Carlos, e os ex-servidores da Presidência Tercio Arnaud e Mateus Sales Gomes.

Carlos comandava a estratégia de comunicação do pai desde a campanha eleitoral de 2018. Depois que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República, o grupo ficou responsável pela comunicação no governo nas redes sociais, marcada por ataques a opositores do governo e a membros da imprensa.

Na disputa pela reeleição em 2022, o grupo entrou em atrito com a ala política da campanha, composta pelo PL e demais partidos do Centrão.

Operação Venire

Nesta quarta-feira (3/5), a PF deflagrou a Operação Venire, cujo nome deriva do princípio “Venire contra factum proprium”, que significa “vir contra seus próprios atos”: “Ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos”. É um princípio-base do direito civil e do direito internacional que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.

A casa de Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão. O celular dele foi retido pelos agentes policiais.

12 imagens
Homens da Polícia Federal
Movimentação na frente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro
Operação da PF
Movimentação na rua do ex-presidente Jair Bolsonaro
Operação da PF tem como alvo adulteração em cartões de vacina da Covid-19
1 de 12

Homens da Polícia Federal na operação que apreendeu celular de Bolsonaro em maio

Breno Esaki/Metrópoles
2 de 12

Homens da Polícia Federal

Breno Esaki/Metrópoles
3 de 12

Movimentação na frente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
4 de 12

Operação da PF

Breno Esaki/Metrópoles
5 de 12

Movimentação na rua do ex-presidente Jair Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
6 de 12

Operação da PF tem como alvo adulteração em cartões de vacina da Covid-19

Breno Esaki/Metrópoles
7 de 12

Agentes da PF na casa de Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
8 de 12

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa de Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles
9 de 12

Polícia Federal, nesta quarta-feira, faz busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro após prisão de seu ex-ajudante Mauro Cid

Breno Esaki/Metrópoles
10 de 12

Advogado de Bolsonaro chega ao Solar de Brasília II para acompanhar a busca e apreensão na casa do ex-presidente

Breno Esaki/Metrópoles
11 de 12

Bolsonaro é investigado na Operação Venire, que investiga associação criminosa acusada de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19

Breno Esaki/Metrópoles
12 de 12

A PF também prendeu, nesta quarta-feira (3/5), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro

Breno Esaki/Metrópoles

Segundo a PF, os suspeitos da fraude inseriram dados falsos de vacinas contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

O objetivo foi emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, dessa forma, permitir que elas pudessem viajar e acessar locais onde a imunização era obrigatória.

A corporação identificou a falsificação de dados de vacina da Covid do ex-presidente Jair Bolsonaro; de sua filha mais nova, Laura Bolsonaro; de Mauro Cid, um dos ex-auxiliares de Bolsonaro presos; da esposa de Cid; e da filha de Cid.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?