PF rebate Aziz e diz que investigação “atende às disposições legais”
Senador estranhou o fato de a corporação instaurar inquéritos e colher depoimentos às vésperas das oitivas da comissão
atualizado
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A Polícia Federal (PF) rebateu, nesta terça-feira (13/7), as suspeições levantadas contra a corporação pelo comando da CPI da Covid-19 por instaurar inquéritos e colher depoimentos de investigados e testemunhas do colegiado às vésperas das oitivas da comissão.
Em resposta à manifestação dos senadores em sessão pela manhã, a PF defendeu que a investigação conduzida pela corporação frente às denúncias da Covaxin “atende às disposições constitucionais e legais, o que inclui o prazo regular para a sua conclusão”.
A Polícia Federal afirmou que “possui métodos e estratégias próprios de investigação, devidamente supervisionados pelo Judiciário e reconhecidos nacional e internacionalmente”.
A corporação disse, ainda, que conduz as apurações de maneira “isenta e imparcial”. “Em busca da verdade real dos fatos, sem perseguições ou proteções de qualquer natureza”, completou.
“Estranho”
Mais cedo, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), demonstrou “estranheza” que pessoas ligadas à empresa Precisa Medicamentos tenham sido ouvidas e se tornado investigadas pela corporação às vésperas do depoimento à comissão e, com isso, tenham obtido habeas corpus para permanecer em silêncio.
“A nossa depoente foi ouvida ontem pela PF. Inexplicavelmente, o senhor [Francisco] Maximiano se torna investigado um dia antes de vir depor e, inexplicavelmente, a depoente [Emanuela Medrades ] de hoje se torna investigada um dia antes de vir depor. Não quero eu fazer qualquer tipo de pensamento que há um movimento.Longe de mim falar isso da Polícia Federal, mas é estranho para mim e para outros aqui”, disse Aziz.
O presidente da CPI disse que a quebra dos sigilos das testemunhas não as torna investigadas, apenas quando se encontra algo que mereça investigação.
“A simples quebra de um sigilo não quer dizer que ela se torna investigada. Se tornar quando se encontra alguma coisa, e estão usando esse artificio como se quebra de sigilo fosse investigado”, disse. “Não achando alguma coisa, não se investiga. Só se investiga quando encontra algo”, continuou.
Aziz deu a declaração após a depoente Emanuela Medrades ficar calada na comissão, amparada por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Emanuela é diretora técnica da empresa Precisa, representante no Brasil para a compra da vacina indiana Covaxin.
Em razão da posição da defesa da depoente, em optar pelo silêncio, o comando da comissão acionou o STF para que o presidente da Corte pudesse “esclarecer quais os limites da depoente em ficar em silêncio”.