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PF quer Bolsonaro investigado por “promover desinformação” sobre urnas

Em live, o presidente pôs sob suspeita a lisura das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral brasileiro sem, no entanto, apresentar provas

atualizado

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1 de 1 close em jair bolsonaro - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Em relatório de inquérito que investigou a transmissão ao vivo feita pelo presidente em 29 de julho, a Polícia Federal sugere a inclusão de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das milícias digitais. Ele teria tido atuação “direta e relevante” em produzir desinformação sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, dos quais contestou a lisura sem, no entanto, apresentar provas.

De acordo com a delegada Denise Ribeiro, as atitudes do presidente seguem “um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países”.  A PF sugere o envio da investigação para o Ministério Público Federal e à Controladoria-Geral da União.

“Em resumo, a live presidencial foi realizada com o nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação, questionando a correção dos atos dos agentes públicos envolvidos no processo eleitoral (preparação, organização, eleição, apuração e divulgação do resultado), ao mesmo tempo em que, ao promover a desinformação, alimenta teorias que promovem fortalecimento dos laços que unem seguidores de determinada ideologia dita conservado”.

O documento foi enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF) em 13 de setembro. A apuração mostra a existência de uma reunião antes da live, feita no Planalto, para discutir o conteúdo apresentado.

Estavam presentes Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública; Luiz Eduardo Ramos, à época ministro da Casa Civil e os peritos federais Mateus de Castro Polastro e Ivo de Carvalho Peixinho.

A PF ouviu envolvidos na elaboração da live e das supostas evidências apresentadas. Os depoimentos apontam para um processo feito de forma enviesada, de acordo com a instituição.

“Procedeu-se a uma busca consciente por dados que reforçassem um discurso previamente tendente a apontar vulnerabilidades e/ou possíveis fraudes no sistema eleitoral, ignorando deliberadamente a existência de dados que se contrapunham a narrativa desejada, quase todos disponíveis em fontes abertas ou de domínio de órgãos públicos”

Na conclusão, o relatório aponta que a live feita em 29 de julho pelo presidente teve “o nítido propósito de desinformar e de levar parcelas da população a erro quanto à lisura do sistema de votação”.

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