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PF pede a superintendentes denúncia de fraude em urna eletrônica

Ordem às 27 superintendências regionais da PF foi enviada após ministro Barroso, do TSE, desafiar Bolsonaro a apresentar provas de fraude

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Nelson Jr./Ascom/TSE
Urna eletrônicaFoto:Nelson Jr./Ascom/TSE
1 de 1 Urna eletrônicaFoto:Nelson Jr./Ascom/TSE - Foto: Nelson Jr./Ascom/TSE

A direção da Polícia Federal (PF) ordenou, na última quinta-feira (17/6), que as 27 superintendências regionais da PF no Brasil forneçam à Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) todas denúncias de fraudes recebidas pela corporação desde a implantação da urna eletrônica no país, em 1996.

A comunicação foi disparada no sistema interno da polícia duas horas depois de uma entrevista em que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, desafiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a apresentar provas de fraudes no uso da urna eletrônica nas eleições de 2018. As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

O presidente da República tem alegado que houve fraude nas eleições de 2018 e dito que ele teria sido eleito ainda em primeiro turno. Desde que a primeira acusação foi feita, em 2019, nunca foram apresentadas provas da suposta fraude.

“Nunca houve fraude documentada, jamais. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver alguma prova de fraude ou de impropriedade tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Tô esperando de portas abertas e de bom grado”, disse Barroso em entrevista à CNN Brasil.

A entrevista terminou às 8h30. Às 10h24, os superintendentes regionais da Polícia Federal receberam a consulta em seus computadores.

No ofício, o pedido é justificado pela criação da comissão especial que discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, na Câmara dos Deputados, e pela “necessidade recorrente de consolidar, no âmbito deste Serviço de Repressão a Crimes Eleitorais, todos os dados referentes à denúncias de fraudes eleitorais desde a implantação da urna eletrônica em 1996”.

Bolsonaro tem questionado a confiabilidade da urna e já afirmou que, sem voto impresso no pleito de 2022, será “sinal de que não vai ter eleição”.

Resposta da PF

Procurada, a assessoria de imprensa da PF disse que a polícia não recebeu nenhum pedido oficial de informações vindo nem da comissão da Câmara que discute o voto impresso nem do TSE, mas que soube que haveria um pedido e decidiu se antecipar.

O requerimento para que as informações fossem pedidas à PF, porém, só foi aprovado na comissão especial à tarde, quando a consulta aos superintendentes já tinha sido feita.

Segundo Gaspar, internamente, a comunicação foi vista como uma tentativa do diretor da PF de tentar encontrar formas de sustentar a afirmação de Bolsonaro de que teria havido fraudes nas eleições vencidas por ele.

Há ainda a preocupação de que toda e qualquer denúncia, mesmo sem lastro, acabe sendo computada em estatísticas e informes sem qualquer filtro. Isso porque o ofício não pede comprovação das denúncias, mas tão somente “o andamento” de cada uma delas.

Em sua live semanal na última quinta-feira, Bolsonaro afirmou ter convicção de que “que realmente houve fraude, e que o Aécio ganhou em 2014 e eu ganhei no primeiro turno em 2018”. O presidente pediu ainda contagem pública dos votos por seção eleitoral, “especialmente em cidade pequena onde todo mundo se conhece”.

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