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PF pede a Moro prisão preventiva de Cândido Vaccarezza

A corporação alegou “garantia da ordem pública e da conveniência da instrução criminal”. O ex-deputado está detido desde a sexta (18/8)

atualizado

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vaccarezza – arquivo agencia brasil
1 de 1 vaccarezza – arquivo agencia brasil - Foto: Arquivo Agência Brasil

A Polícia Federal pediu nesta terça-feira (22/8) ao juiz federal Sérgio Moro conversão da prisão temporária do ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT) em custódia preventiva. A corporação alegou “garantia da ordem pública e da conveniência da instrução criminal”.

A PF requereu ainda a preventiva de Luiz Eduardo Loureiro Andrade “para garantia da aplicação da lei penal e da conveniência da instrução criminal, com a autorização para inclusão de seu nome na Difusão Vermelha da Interpol”.

Em relatório de buscas e apreensões no âmbito da Operação Abate, 44ª fase da Lava Jato, o delegado Filipe Pace, da PF, concluiu que “existem robustos elementos probatórios de que a atuação criminosa” de Vaccarezza. “Na Petrobras, não se limitou ao seu suporte político para a contratação da empresa Sargeant Marine pela estatal”.

O delegado entende que “houve, por parte do grupo encabeçado” pelo lobista Jorge Luz, tentativa de envolver Vaccarezza para o sucesso de ao menos três oportunidades de negócios na Petrobras. Somente em uma das supostas negociatas, as investigações dão conta de uma solicitação de R$ 100 milhões de Vaccarezza enquanto arrecadador do Partido dos Trabalhadores.

Vaccarezza foi preso em São Paulo na Operação Abate, desdobramento da Lava Jato, na sexta-feira (18). Com ele foram apreendidos ao menos R$ 122 mil em dinheiro vivo em sua casa. Para a PF, o ex-parlamentar já disse que uma parte do montante apreendido pela operação em sua casa é “empréstimo de um amigo” e a outra foi declarada à Receita Federal.

A Abate apontou que Cândido Vaccarezza, líder do PT na Câmara, entre janeiro de 2010 e março de 2012, usou “a influência decorrente do cargo em favor da contratação da Sargeant Marine pela Petrobras, o que culminou na celebração de doze contratos, entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 180 milhões”.

O ex-deputado teria recebido propina de US$ 500 mil. O advogado dele já disse que “não há provas de participação de Vaccarezza no esquema que vitimou a Petrobras”. No relatório que pede a conversão da prisão do ex-deputado, o delegado afirma que a atuação do ex-parlamentar não se resumiu a este contrato.

“Existem indícios, assim, de atuação de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza em outros assuntos na Petrobras nos quais, conforme registros apresentados, havia explícita previsão de contrapartidas financeiras indevidas para o Partido dos Trabalhadores”, anotou o delegado.

“Existem robustos elementos probatórios de que a atuação criminosa de Cândido Elpídio de Souza Vaccarezza na Petrobras não se limitou ao seu suporte político para a contratação da empresa Sargeant Marine pela estatal.”

O parecer da PF afirma ainda que a quebra telemática de Vaccarezza apontou “novas provas acercas de outros crimes supostamente praticados” pelo ex-deputado.

“Observou-se que o investigado, possivelmente para apagar registros de conversas não republicanas mantidas por aparelho celular, utilizava-se de aplicativo confidencial de mensagens com criptografia e programação de auto-destruição”, observou o delegado.

“As mensagens existentes sugerem que Candido Vaccarezza utilizava referido aplicativo para se comunicar, havendo menção aos seguintes usuários: ‘Vadao Gomes’, ‘Manoel Cantoara’, ‘Ivan Azevedo’, ‘João Locco’, ‘Francisco Thomaz’, ‘Edmilson Valentim’, ‘Henrique De bastos Malta’, ‘Afonso Coelho’, ‘Henrique Malta’, ‘Edson Campos’, ‘Rodrigo Loures’, ‘Ma No’, ‘Luciana Muller’, ‘Bruno Araujo’, ‘Chico Campos’.”

Para a PF, “Rodrigo Loures” é o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o “homem da mala”. O ex-parlamentar foi flagrado, em abril deste ano, em ação controlada da PF, recebendo em São Paulo uma mala com R$ 500 mil em propina.

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