PF libera ativistas que protestaram com faixa de “Bolsonaro genocida”
O delegado que ouviu os esclarecimentos dos militantes presos não encontrou indícios para o enquadramento na Lei de Segurança Nacional
atualizado
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Os cinco militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e de esquerda que haviam sido detidos nesta quinta-feira (18/3), depois de exibir uma faixa com a inscrição “Bolsonaro genocida”, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, acabaram liberados, depois de prestarem depoimentos à Polícia Federal.
De acordo com parlamentares que acompanharam os ativistas, o delegado Polícia Federal que ouviu os esclarecimentos não encontrou indícios para enquadrados na Lei de Segurança Nacional, como havia previsto a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que efetuou a prisão.
Ao sair, os militantes chegaram a sugerir que, se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não gostou da faixa, seria o momento de levá-la a todo o Brasil.
“Se Bolsonaro não governou do bandeirão com a charge do Aroeira, que a gente se organize e faça um bandeirão desses em cada estado do país”, disse um dos ativistas, ao deixar a sede da PF.
Veja imagens:
Possível abuso de autoridade
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF também acompanhou a saída dos ativistas. Ele informou que vai acionar o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para que investigue possível abuso de autoridade por parte da Polícia Militar do Distrito Federal, ao efetuar as prisões.
URGENTE: Acompanhamos agora a liberação dos manifestantes presos arbitrariamente aqui no DF pela Lei de Segurança Nacional.
Vamos pedir que o Ministério Público investigue abuso de autoridade por parte da PMDF! Não aceitaremos repressão e censura!#DitaduraNuncaMais pic.twitter.com/l7SZ8i1L44
— Fábio Felix 🏳️🌈 (@fabiofelixdf) March 18, 2021
Mais cedo, por meio de nota, a PM confirmou a prisão e o encaminhamento dos detidos para a PF.
“A Polícia Militar prendeu cinco homens por infringir a Lei de Segurança Nacional ao divulgar a cruz suástica associando o símbolo ao Presidente da República. O grupo foi detido, na manhã desta quinta-feira (18), quando estendia, na Praça dos 3 Poderes, a faixa chamando o Presidente de genocida ao lado do símbolo nazista. Os homens foram levados para a Delegacia da Polícia Federal”, diz nota da Polícia Militar do Distrito Federal.
Petistas mobilizados
A prisão mobilizou parlamentares do PT. Os deputados Alencar Santana Braga (PT-SP), Natália Bonavides (PT-RN) e Paulo Pimenta seguiram para a PF para acompanhar de perto o caso.
Após ouvir os detidos, de acordo com a deputada Natália Bonavides (PT-RN), que foi à PF, o delegado descartou o enquadramento e devolveu os celulares dos integrantes do grupo.
Sigo acompanhando os manifestantes presos sob a alegação de infringirem a Lei de Segurança Nacional por protestarem com faixa ‘Bolsonaro Genocida’. O delegado da PF já descartou esse enquadramento absurdo. Esperamos que sejam liberados em breve, com parte de seus pertences.
— Natália Bonavides (@natbonavides) March 18, 2021
A faixa que levou a detenção de @RODRIGOPILHA e outros três manifestantes em Brasília foi a da imagem abaixo. Já estou indo até a delegacia da PF onde eles estão detidos para me colocar à disposição para ajudá-los. #JamaisNosCalarão #DitaduraNuncaMais #ForaBolsonaro pic.twitter.com/j3aRTo0K3f
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) March 18, 2021
Os deputados Alencar Santana Braga (PT-SP), Natália Bonavides (PT-RN) e Paulo Pimenta avisaram que estão a caminho da PF para acompanhar de perto o caso.
Eu e a deputada @natbonavides estamos na Polícia Federal em Brasília para acompanhar o depoimento do @RODRIGOPILHA e dos demais ativistas presos por estender uma faixa com #BolsonaroGenocida contra o Bolsonaro genocida.#DitaduraNuncaMais #NãoVãoNosCalar pic.twitter.com/9feCRRosEY
— Deputado Alencar (@AlencarBraga13) March 18, 2021
A foto divulgada pelos deputados de mostra que a faixa exibia referência a uma charge publicada pelo cartunista Aroeira, com a cruz suástica, referência do nazismo, associada ao presidente da República.