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PF intima líder indígena Sonia Guajajara por “difamar” o governo

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil diz que inquérito foi aberto a pedido da Fundação Nacional do Índio por causa da websérie Maracá

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Sonia Guajajara em foto colorida
1 de 1 Sonia Guajajara em foto colorida - Foto: Reprodução/Redes sociais

A líder indígena Sonia Guajajara foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento, como representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em inquérito provocado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), por causa da websérie Maracá.

“O órgão cuja missão institucional é proteger e promover os direitos dos povos do Brasil acusa a Apib de difamar o governo federal com a websérie Maracá”, afirma a entidade, em nota.

Lançada em 2020, a websérie denunciou violações cometidas contra os direitos dos povos indígenas, durante a pandemia da Covid-19. Essas denúncias também foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os discursos carregados de racismo e ódio do governo federal estimulam violações contra nossas comunidades e paralisam as ações do Estado, que deveria promover assistência, proteção e garantias de direitos”, destaca a nota.

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Sonia Guajajara foi eleita a primeira deputada federal indígena por São Paulo nas eleições de 2022
Sonia Guajajara (PSol-SP), atual ministra dos Povos Indígenas
Sonia Guajajara
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Sonia Guajajara – Povos Indígenas

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Sonia Guajajara foi eleita a primeira deputada federal indígena por São Paulo nas eleições de 2022

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Sonia Guajajara (PSol-SP), atual ministra dos Povos Indígenas

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Sonia Guajajara

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“E agora, o governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos. Atualmente, mais da metade dos povos indígenas foi diretamente atingida pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1.059 mortos”, acrescenta o documento.

“A perseguição desse governo é inaceitável e absurda! Eles não nos calarão!”, escreveu a líder indígena.

A Funai disse que não comenta fatos que estão sob apuração em âmbito policial, mas afirmou que não compactua “com qualquer postura supostamente ilícita, uma vez que sua função é defender o interesse público”, sem dizer qual seria ela. A PF também foi contatada, mas não respondeu.

Repercussão

Após a intimação vir à tona, diversos políticos e organização se manifestaram em apoio a líder indígenas e criticando o governo Jair Bolsonaro. “É o governo da mentira perseguindo e tentando intimidar aqueles que denunciam a verdade. Não vão conseguir”, escreveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A líder do PSol na Câmara, Talíria Petrone (RJ), destacou que este é o mês da resistência indígena e criticou: “A cruzada do governo federal pra silenciar lideranças políticas continua!”

“Essa é mais uma demonstração de intolerância e perseguição aos povos indígenas e se soma as várias ameaças à democracia protagonizadas pelo atual governo”, diz o Observatório do Clima, em nota. “Essas populações têm sido vítimas do governo Bolsonaro desde o início de seu mandato, seja pela irresponsável gestão da pandemia, seja pela promoção de políticas que fizeram explodir o desmatamento e a invasão de seus territórios”, acrescenta.

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