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PF indicia seis da Mossack Fonseca por fraude e organização criminosa

É a primeira vez que a PF enquadra formalmente alvos da Operação Lava Jato ligados à empresa que ficou conhecida mundialmente após a investigação jornalística internacional Panamá Papers revelar todos os clientes que utilizavam offshores

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operação caça-fantasma, polícia federal
1 de 1 operação caça-fantasma, polícia federal - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Federal indiciou seis funcionários que atuavam para a filial brasileira da firma panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir offshores, pelos crimes de ocultação de bens, organização criminosa e fraude, além da publicitária Nelci Warken, indiciada também por fraude e também por ocultação de bens.

É a primeira vez que a PF enquadra formalmente alvos da Operação Lava Jato ligados à empresa que ficou conhecida mundialmente após a investigação jornalística internacional Panamá Papers revelar todos os clientes que utilizavam offshores.

Para o delegado da PF Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, responsável pela investigação sobre a empresa panamenha, “as provas indicam que o ‘núcleo Mossack Fonseca’ representava uma organização criminosa de caráter transnacional, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, voltada a prática do crime de lavagem de dinheiro”.

Com o indiciamento, a Polícia Federal concluiu a Triplo X, 22ª fase da Lava Jato que teve como alvos a firma panamenha e o apartamento da publicitária Nelci Warken. A propriedade fica no Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, do qual a família do ex-presidente Lula chegou a adquirir uma cota, mas depois desistiu, segundo a defesa do petista.

Foi com as investigações da Triplo X que, pela primeira vez, a Lava Jato se aproximou do ex-presidente ao descobrir que o tríplex 163-B do Condomínio Solaris pertencia a uma offshore, a Murray Holdings, criada pela Mossack para Nelci Warcken – agora indiciada, ela admitiu à PF ser a verdadeira proprietária do 163-B.

Para os investigadores, há indícios suficientes de que “todos os que trabalhavam na empresa tinham plena ciência de que atuavam em um mercado voltado à demanda do trânsito de valores e bens de origem suspeita e duvidosa”.

O apartamento de Nelci é vizinho do apartamento 163-A, que os investigadores suspeitam pertencer ao ex-presidente Lula e sua família. O prédio começou a ser construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), mas depois passou para a empreiteira OAS, cujo presidente, Léo Pinheiro, é amigo de Lula.

No inquérito da Mossack, nem o petista nem seus familiares são citados. A Lava Jato abriu uma investigação específica sobre o apartamento e outros imóveis que receberam reformas de empreiteiras investigadas na operação.

Procurada, Nelci Warken não se manifestou até a publicação desta reportagem.

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