PF indicia Aécio por superfaturamento de R$ 747 mi em obra do governo de MG
Além dele, 11 representantes de empreiteiras também foram acusados. Defesa nega irregularidades
atualizado
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Deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) foi indiciado, nesta quinta-feira (07/05), por supostos desvios de até R$ 747 milhões (em valores corrigidos) na construção da sede do governo mineiro, em Belo Horizonte, a chamada Cidade Administrativa. Além dele, a Polícia Federal em Minas também implicou 11 representantes de empreiteiras no caso – os nomes ainda não foram divulgados.
Eles foram indiciados por corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica após investigações que tiveram início em 2017, com base em delações de executivos da Odebrecht.
O grupo de empreiteiros indiciados teria sido beneficiado por cláusulas do edital do complexo, erguido entre 2007 e 2010. Inicialmente, a obra custaria R$ 900 milhões, mas o valor final passou de R$ 1,8 bilhão.
Com a fraude e desvios de recursos, o grupo teria causado prejuízos de R$ 232 milhões em dano aos cofres públicos – em números atualizados, o valor sobe para R$ 747 milhões.
Em nota, a defesa de Aécio classificou a conclusão da Polícia Federal como “absurda” e disse que ela contraria as próprias investigações, que, “depois de mais de três anos, não encontraram nada que comprometesse a atuação do deputado”.
“A obra foi acompanhada por auditoria independente e seu edital apresentado ao TCE e ao Ministério Público que não apontou qualquer irregularidade. Sequer os aditivos de preço autorizados por lei foram praticados à época. A defesa confia que a Justiça comprovará o absurdo da acusação”, alegaram.