Sérgio Cabral é preso pela Lava Jato acusado de desviar R$ 224 milhões
Ex-governador do Rio é suspeito de receber propina em troca da concessão de obras públicas, como reforma do Maracanã e Arco Metropolitano
atualizado
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Um dia depois da prisão de Anthony Garotinho, a Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (17/11) outro ex-governador do Rio de Janeiro: Sérgio Cabral. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal carioca, sob a acusação de cobrança de propina em contratos com o poder público.
A ação é mais um desdobramento da Lava Jato. De acordo com as investigações, o peemedebista é suspeito de liderar um grupo que desviou cerca de R$ 224 milhões em contratos com diversas empreiteiras em troca da concessão de obras públicas, como a reforma do Maracanã e a construção do Arco Metropolitano.
Ao todo, a polícia cumpre 38 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 conduções coercitivas. A PF também cumpre mandados de prisão preventiva contra o ex-secretário de Governo de Cabral, Wilson Carlos; e do ex-secretário de Obras, Hudson Braga. Também foi conduzida coercitivamente até a sede da Polícia Federal a ex-primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo.A ação é decorrência da delação homologada de executivos da Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia. Esta última, comprovou o pagamento de mais de R$ 176 milhões em propina para o grupo.
São investigados os crimes de pertencimento à organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, entre outros. Também participam das diligências 19 procuradores do MPF e cinco auditores fiscais da Receita.
A operação foi batizada de Calicute, numa referência à região da Índia onde o descobridor do Brasil, Pedro Álvarez Cabral, teve uma de suas maiores tormentas.