PF faz buscas em escritório de advogado ligado a Renan Calheiros
Bruno Mendes, advogado e ex-assessor do político, é um dos alvos de mais um desdobramento da Lava Jato em Brasília
atualizado
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Sem greve geral, a Polícia Federal está nas ruas de Brasília desde as primeiras horas desta sexta-feira (28/4) para cumprir mandados em mais um desdobramento da Operação Lava Jato. Os alvos são pessoas ligadas ao senador Renan Calheiros (PMDB), entre elas o advogado e ex-assessor do político, Bruno Mendes. Os agentes fizeram busca e apreensão no escritório dele.
Trata-se da segunda fase da Operação Satélites e foi autorizada pelo ministro Édson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Ao todo, estão sendo cumpridos 10 mandados, no Distrito Federal (quatro), São Paulo (dois), Alagoas (dois), Sergipe e Rio Grande do Norte. O objetivo da operação é coletar provas de crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa, entre outros, em investigações relacionadas a desvio de recursos na Transpetro.Bruno aparece nas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em fevereiro do ano passado. Durante a conversa, segundo os áudios, Calheiros se mostra preocupado com um dos inquéritos a que responde no Supremo: o que investiga se o presidente do Senado e Sérgio Machado, entre outros, receberam propina – em forma de doações eleitorais – para facilitar a vitória de um consórcio de empresas em uma licitação para renovar a frota da Transpetro.
Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef citaram o negócio em depoimento. A campanha de Renan teria sido contemplada com duas doações no valor total de R$ 400 mil. Na gravação, Renan diz, sem entrar em detalhes, que está preocupado com um recibo. Machado afirma que ele foi incluído em um processo de R$ 800 mil.
O senador nega qualquer irregularidade em sua campanha.
Operação Satélites
Deflagrada em 21 de março deste ano, a Operação Satélites cumpriu 14 mandados de buscas em quatro estados e no Distrito Federal. O nome faz referência ao fato de que os principais alvos da operação gravitam em torno de pessoas com prerrogativas de foro.