PF envia a Temer lista de 50 perguntas sobre Porto de Santos
Interrogatório do presidente será anexado à investigação aberta após solicitação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot
atualizado
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O ex-assessor da vice-presidência da República Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), atualmente em prisão domiciliar, é citado 38 vezes nas 50 perguntas elaboradas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura suposto pagamento de propina da empresa Rodrimar para o presidente Michel Temer. As perguntas foram enviadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o Palácio do Planalto, na quarta-feira (3/1), e representam o interrogatório do presidente que será anexado à investigação aberta após solicitação do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
O inquérito, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado por Temer em maio, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos. Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor do chefe do Executivo e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar.
As perguntas foram elaboradas pelo delegado Cleyber Malta Lopes e estão divididas em seis tópicos. Um deles é dedicado especialmente a Rocha Loures e aborda os “vínculos e confiança em relação aos atos praticados” pelo ex-assessor. Os outros temas dizem respeito ao histórico profissional de Temer, ao acompanhamento das questões portuárias a partir de 2013, ao conhecimento dos fatos praticados pelos investigados no inquérito e ao suposto favorecimento de algumas empresas pelo decreto.
Além de Rocha Loures, as perguntas abordam a relação do presidente com outras duas pessoas apontadas nas investigações como sendo seus operadores. São citados o ex-assessor José Yunes e o amigo João Baptista Lima Filho, o coronel Lima.
O advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, representante de Temer, disse ainda não ter sido notificado oficialmente das perguntas da PF e que o prazo de resposta não está correndo. “Estamos perplexos com o vazamento (das perguntas da PF). Com a mudança na Procuradoria-Geral da República, nunca mais houve vazamento de nenhuma delação, de nenhum documento. Agora houve o vazamento antes mesmo de o presidente tomar conhecimento”, disse.