PF diz ao STF que precisa ouvir Bolsonaro sobre acusações de Moro
Corporação afirmou ao Supremo que a oitiva do presidente está entre as etapas das investigações da alegada tentativa de interferência
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Federal (PF) informou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, relator do inquérito que avalia as declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na corporação, que precisará colher o depoimento o chefe do Executivo.
Segundo o jornal O Globo, a informação consta do ofício no qual a PF pediu mais 30 dias para concluir as investigações do caso. Não há a especificação, contudo, sobre se o depoimento será por escrito ou pessoalmente.
De posse do documento, o ministro pediu a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O inquérito em andamento no STF apura acusações feitas pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro quando ele deixou o cargo, no último dia 24 de abril, de que o presidente tentara interferir politicamente na Polícia Federal.
Bolsonaro havia acabado de demitir o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Para o comando da corporação, o presidente indicou Alexandre Ramagem, a quem conhecera como chefe de sua segurança na campanha presidencial de 2018 e a quem nomeara para o comando Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O STF, porém, em decisão do ministro Alexandre de Moraes, barrou a indicação de Ramagem. Bolsonaro nomeou então Rolando Alexandre de Souza, braço-direito do diretor da Abin. E a primeira medida de Rolando foi trocar o superintendente da PF no Rio de Janeiro, cenário que Moro havia incluído em suas declarações, ao relatar que Bolsonaro lhe teria dito: “Moro, vocês 26 supernitendências. Eu só quero uma”.