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PF conclui que não teve edição em áudio da conversa de Temer e Joesley

A gravação aponta para mais de 100 interrupções, mas nenhuma delas foi causada por agente externo ou realizada posteriormente à gravação

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1 de 1 MICHEL TEMER - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Polícia Federal concluiu que o áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista com o presidente Michel Temer, em 7 de março no Palácio do Jaburu, não foi editado ou adulterado. O laudo sobre a gravação aponta para mais de 100 interrupções, mas mostra que nenhuma delas foi causada por agente externo ou realizada posteriormente à gravação.

De acordo com fontes ouvidas pela Agência Estado, a perícia realizada no Instituto Nacional de Criminalística (INC) relaciona as interrupções ao gravador utilizado. Um perito explicou que o modelo de gravador usado faz os “cortes” em momentos em que há silêncio. A ação espontânea do gravador tem como finalidade economizar bateria e espaço na memória do aparelho, mas não tem condições de alterar o áudio.

 

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Ainda segundo fontes ouvidas pela reportagem, o software usado pelos peritos é capaz de separar todos os sons captados pelo gravador por faixas. A partir dessa técnica, explicou um perito, foi possível até melhorar a qualidade de alguns trechos inaudíveis da gravação.

O áudio da conversa de Joesley com Temer deu início à negociação de delação premiada dos executivos da JBS. Após a vinda à tona da gravação, o presidente disse que o áudio havia sido adulterado. “Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos e incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação”, disse Temer, em pronunciamento dois dias após a gravação ser tornada público pelo Supremo Tribunal Federal. A defesa do presidente contratou um perito para analisar o material, que apontou que a gravação era “imprestável”.

 Após pedido da defesa do peemedebista ao STF e também do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o áudio foi encaminhado à Polícia Federal para a realização de perícia. A decisão foi do ministro Edson Fachin, relator do caso. A Procuradoria-Geral da República (PGR) não havia periciado o áudio antes de pedir a abertura de inquérito contra o presidente, mas realizou uma análise prévia do material.

A expectativa agora é de que a perícia seja incluída na denúncia que será oferecida por Janot contra Temer na semana que vem, para reforçar a acusação contra o presidente.

Na quinta-feira (22) o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, responsável pela defesa de Temer, afirmou que será difícil pedir a anulação do acordo de colaboração premiada de Joesley Batista se a PF não mostrasse adulteração na gravação da conversa do empresário com Temer. “Aí preocupará”, disse Mariz, quando perguntado sobre a possibilidade de o laudo da PF não mostrar adulteração

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