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PF: Allan dos Santos usou estagiária de Lewandowski como informante

O dono do site Terça Livre é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Ministério Público e pela CPI da Covid-19

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Hugo Barreto/Metrópoles
Allan dos Santos veste traje social
1 de 1 Allan dos Santos veste traje social - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF) indicam que o blogueiro Allan dos Santos teria usado uma estagiária do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), como informante. O dono do site Terça Livre é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelo Ministério Público e pela CPI da Covid-19. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Tatiana Garcia Bressan, de 45 anos, estagiou no gabinete do magistrado de 19 de julho de 2017 a 20 de janeiro de 2019, antes mesmo que o suspeito de propagar fake news fosse indiciado. As conversas teriam durado mais de um ano, entre 23 de outubro de 2018 e 31 de março de 2020.

De acordo com os investigadores, Tatiana teria iniciado o estágio no gabinete já com a intenção de passar informações. O objetivo dela seria trabalhar no gabinete da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), e ela usava o cargo na Suprema Corte como moeda de troca.

Interessado na posição de Tatiana, Allan rapidamente teria sugerido que a estagiária virasse “informante” dele. Ela, prontamente, teria respondido que “seria uma honra”.

Segundo as mensagens, a estagiária teria insinuado que as ameaças à democracia feitas por figuras políticas estavam intimidando os ministros. Segundo ela, a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) na qual disse que bastavam um “soldado e um cabo para fechar o STF”, havia virado piada, mas que teria incomodado os ministros.

Allan teria perguntado a Tatiana se as falas estavam surtindo efeito, e ela teria respondido que sim. “Acha que isso tem mudado lá dentro?”, perguntaria Allan. E ela responderia: “Sim, todos atentos. Agora temos um general na presidência. Inclusive Toffoli [ministro Dias Toffoli, à época presidente do STF] nem fala mais em ditadura de 64. Fala em ‘movimento de 64′”.

Ao mesmo tempo que trabalhava no gabinete do ministro, Tatiana tinha um perfil fake no Twitter (@visittabb), no qual compartilhava publicações contrárias ao STF e aos ministros. “Não estou atuando no meu perfil do Twitter porque meu chefe disse que não posso falar de política, a não ser estando fora do STF, então estou nesse perfil aqui.”

Procurada pela reportagem da Folha, a mulher disse que nunca atuou junto a Allan e que entrou em contato porque queria chegar até Bia Kicis. “Eu era estagiária e não tinha acesso a relatórios finais de decisões, mas a gente ouve coisas nos bastidores e não sei como falei com ele porque não tenho o print [das conversas]”, disse, por mensagem.

“Se falei foram coisas que vi acontecendo no âmbito geral do STF porque eu era só uma estagiária”, afirmou Tatiana. Allan não quis se manifestar.

Já o STF afirmou que a seleção de estagiários para a Suprema Corte “ocorre sob supervisão da Secretaria de Recursos Humanos do Tribunal, por meio de oferta de vagas na plataforma do CIEE”. As decisões dos ministros “têm fundamentação constitucional e a eventual modificação delas ocorre por meio de recursos cabíveis, apresentados nos autos e julgados individual ou coletivamente (plenário ou turmas)”, disse o gabinete de Lewandowski em nota à Folha.

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