metropoles.com

PF abre inquérito para investigar crime de prevaricação de Bolsonaro

Investigação apura as suspeitas relacionadas à negociação para compra da vacina Covaxin. Rosa Weber havia autorizado abertura de inquérito

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Fábio Vieira/Especial Metrópoles
Jair Bolsonaro, presidente da República, participa de um evento na Escola especialista em aeronáutica-52
1 de 1 Jair Bolsonaro, presidente da República, participa de um evento na Escola especialista em aeronáutica-52 - Foto: Fábio Vieira/Especial Metrópoles

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime de prevaricação, durante as negociações para a aquisição da vacina indiana Covaxin. A informação foi revelada pela coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, e confirmada pelo Metrópoles.

Segundo o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), Bolsonaro foi informado sobre as suspeitas de contrato superfaturado e teria prometido mandar o caso para a Polícia Federal. O inquérito para apurar o caso Covaxin só foi aberto, contudo, em 30 de junho, após a denúncia ser publicamente divulgada. Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) estaria envolvido no esquema.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber aceitou, no último dia 2, pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para autorizar abertura desse outro inquérito que irá investigar se mandatário do país cometeu o crime de prevaricação.

No despacho, a ministra autorizou que a PGR requisite informações a vários órgãos, e tome depoimentos dos envolvidos – dentre os quais, o presidente Bolsonaro e os irmãos Miranda. O prazo inicial da apuração é de 90 dias. “Após, encaminhem-se os presentes autos à Polícia Federal, para a realização das diligências indicadas pelo dominus litis, além de outras que a autoridade policial entenda pertinentes ao esclarecimento dos fatos sob apuração”, complementou Rosa Weber.

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República foi procurada para se manifestar sobre a abertura de inquérito, mas não se pronunciou até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto.

Denúncias

Em 23 de julho, Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março, ao lado do irmão, o deputado Luis Miranda. Eles teriam alertado o chefe do Executivo sobre suspeitas de corrupção envolvendo a aquisição da Covaxin.

Segundo um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Saúde levou 97 dias para fechar o contrato da Covaxin; em contrapartida, a pasta federal demorou 330 dias para consolidar o acordo com a Pfizer.

3 imagens
Deputado Luis Miranda (DEM-DF)em depoimento à CPI da Covid-19
Luis Ricardo e Luis Miranda na CPI da Covid
1 de 3

Deputado Luis Miranda (DEM-DF) foi relator da MP e incluiu texto após acordo com lideranças governistas

Jefferson Rudy/Agência Senado
2 de 3

Deputado Luis Miranda (DEM-DF)em depoimento à CPI da Covid-19

Jefferson Rudy/Agência Senado
3 de 3

Luis Ricardo e Luis Miranda na CPI da Covid

Jefferson Rudy/Agência Senado

Além disso, conforme documentos do TCU, a Covaxin foi uma das vacinas mais caras negociadas pelo governo federal, custando US$ 15 a unidade. O valor é quatro vezes maior do que o custo do imunizante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a AstraZeneca, por exemplo.

O contrato entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos para compra da Covaxin foi o único acordo do governo que teve um intermediário sem vínculo com a indústria de vacinas – o que foge do padrão de negociações e contratos de outros imunizantes.

O Ministério da Saúde firmou um contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses. O valor ainda não foi pago, mas está empenhado (reservado para desembolso, e não pode ser usado em outro pagamento), e as doses não foram importadas para o Brasil. Após as denúncias, o governo anunciou a suspensão do contrato.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?