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“Petrobras é livre”, afirma presidente da estatal após ida ao Planalto

Roberto Castello Branco disse que preço do diesel não foi discutido com ministros. Na semana passada, Bolsonaro pediu para cancelar reajuste

atualizado

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Tomaz Silva/Agência Brasil
Castello Branco
1 de 1 Castello Branco - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O economista Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras, afirmou, no fim da tarde desta segunda-feira (15/04/19), que a estatal é “livre” e que a decisão sobre o reajuste foi da empresa. “Essa é uma decisão empresarial. Diferente da decisão do governo, que é de políticas públicas. O que significa que a Petrobras é livre”, disse Castello Branco, que participou de uma reunião de quase quatro horas no Palácio do Planalto, sem a participação do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O mercado financeiro recebeu mal a notícia do pedido de Bolsonaro para que o reajuste do preço do diesel fosse suspenso no fim da quinta-feira (11/04/19). O próprio presidente afirmou, por meio de sua conta no Twitter, que telefonou a Castello Branco para falar sobre o assunto. “Liguei para o presidente da Petrobrás preocupado com o percentual num nível sequer previsto para a taxa de inflação do corrente ano”, escreveu o presidente.

A Petrobras perdeu mais de R$ 32 bilhões em valor de mercado com a decisão. O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) reuniu em seu gabinete durante esta tarde, além de Castello Branco, os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Paulo Guedes (Economia), Santos Cruz (Secretaria de Governo), Floriano Peixoto (Secretaria-Geral da Presidência) e o presidente do BNDES, Joaquim Levy, que participou por meio de videoconferência.

“A decisão é empresarial, não é uma decisão de governo”, disse o presidente da petroleira estatal sobre a suspensão do reajuste.

Ele saiu do Palácio do Planalto por volta das 18h30, após cerca de quatro horas de reunião. Segundo Castello Branco, não foi discutido preço do combustível. “Não tem nenhuma decisão [sobre o diesel]. A Petrobras é uma coisa, a outra é o governo. O governo quer abordar a questão dos caminhoneiros, a Petrobras tem sua vida própria”, afirmou Castello Branco.

Medida intervencionista
Na sexta, Bolsonaro disse que queria “entender” a política de preços da empresa para então avaliar se o aumento é justo. O presidente da Petrobras afirmou que o reajuste ainda será avaliado. Ele disse não considerar a decisão de segurar o aumento uma medida intervencionista, por ter sido algo que partiu da diretoria da estatal.

“Ninguém ordenou à Petrobras que não reajustasse. O presidente alertou para os riscos”, disse Castello Branco, se referindo às informações que o governo teria recebido sobre a possibilidade de uma nova greve dos caminhoneiros, caso o diesel fosse reajustado. O chefe da estatal evitou dizer se esse reajuste será retomado ou não.

Nesta terça-feira (16/04/19), Bolsonaro vai reunir técnicos e ministros para discutir o aumento barrado na semana passada.

Secom divulga nota
No início da noite desta segunda, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota para anunciar uma coletiva sobre os assuntos tratados na reunião entre o presidente da Petrobras e os ministros, além da resposta às demandas do setor de transporte rodoviário.

Confira a íntegra da nota:

“Na tarde de hoje, 15, foi realizada reunião no Palácio do Planalto para buscar soluções estruturantes relativas ao setor de transportes rodoviários. Participaram da atividade os senhores ministros da Casa Civil, Onix Lorenzoni; da Economia, Paulo Guedes; da Infraestrutura, Tarcísio Gomes; de Minas e Energia, Bento Costa; da Secretaria de Governo, Santos Cruz; e da Secretaria Geral, Floriano Peixoto, além do Presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, do Diretor Geral da Agência Nacional do Petróleo, Décio Oddone e, por meio de videoconferência, o Presidente do BNDES, Joaquim Levy, e outros técnicos.

As questões tratadas serão levadas ao conhecimento da população em entrevista coletiva a ser realizada no dia de amanhã, 16, às 11h, no Palácio do Planalto, onde estarão presentes alguns dos ministros que participaram da reunião na tarde de hoje. Nessa oportunidade, serão anunciadas algumas das medidas adotadas pelo governo em resposta às demandas do setor de transporte rodoviário.

Está confirmada para amanhã, 16, reunião com a presença de ministros e técnicos, que terá a finalidade de prestar esclarecimentos ao Senhor Presidente da República sobre a estrutura de produção, distribuição e revenda de combustíveis”.

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