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Petistas apostam em ataque de Palocci a Lula em delação da Lava Jato

Segundo eles, o ex-presidente é o único alvo que a operação ainda não alcançou

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MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
OPERAÇÃO OMERTÀ É DEFLAGRADA PELA PF EM SP.
1 de 1 OPERAÇÃO OMERTÀ É DEFLAGRADA PELA PF EM SP. - Foto: MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A delação de Antonio Palocci é dada como certa entre petistas desde a semana passada. Na abertura da etapa paulista do 6º Congresso Nacional do PT, no último dia 5, a “traição” do ex-ministro era um dos assuntos principais. Em tom que variava entre a indignação e a resiliência, petistas comentavam que Palocci iria entregar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em troca do acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

A certeza dos partidários vem de recados dados por pessoas próximas ao ex-ministro da Fazenda (Lula) e Casa Civil (Dilma Rousseff) e também pela lógica da exclusão. Segundo eles, Lula é o único alvo que a Operação Lava Jato ainda não alcançou. Já Palocci, por causa da proximidade com o ex-presidente até pouco tempo atrás, poderia preencher lacunas que dariam mais solidez às denúncias contra o ex-chefe do Executivo nacional.

A indignação dos petistas com o ex-ministro aumenta diante das suspeitas que pesam contra Palocci. Ao contrário do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso por supostamente operar o esquema de caixa 2 do PT, o ex-ministro é acusado de enriquecimento pessoal.

Sob a condição de sigilo, petistas dizem que o ex-ministro quer preservar seu patrimônio, em grande parte acumulado no período dos governos do partido, ao tentar o acordo de delação premiada

Preso político
Mesmo assim o PT estadual de São Paulo aprovou um texto no qual Palocci, Vaccari e José Dirceu são tratados como “presos políticos”. Segundo dirigentes, foi uma tentativa de acalmar o ex-ministro.

Dado o amplo acesso que Palocci tinha a Lula, correligionários avaliam que o estrago da delação será grande, podendo levar à inviabilização da candidatura do petista à Presidência em 2018. Já no entorno de Lula a torcida é para que o ex-ministro poupe o ex-presidente. Um ex-auxiliar do círculo mais próximo ao petista disse esperar que Palocci diga somente a “verdade”.

E a “verdade”, segundo essa fonte, é que o “ex-presidente Lula sempre disse para ele cuidar desse negócio (de dinheiro para campanhas), que não queria saber de onde veio o dinheiro e que o PT que se virasse para financiar seus candidatos”.

De acordo com interlocutores de Lula, Palocci e depois Guido Mantega foram encarregados de gerenciar o caixa 2 petista justamente para preservar e blindar o ex-presidente.

Outra certeza petista é que a delação de Palocci vai ampliar muito o escopo da Lava Jato trazendo para o olho do furacão setores do empresariado nacional com quem o ex-ministro tinha grande proximidade e que até então passaram ilesos pelas investigações de Curitiba. O principal deles é o setor financeiro.

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