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Petista que votou contra tornar pedofilia crime hediondo diz que errou

“Errei na hora de definir voto. Sou a favor que a pedofilia seja crime hediondo, como prevê o projeto”, justifica Helder Salomão

atualizado

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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
deputado Helder Salomão
1 de 1 deputado Helder Salomão - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado federal Helder Salomão (PT-ES) foi o único parlamentar a votar contra o Projeto de Lei 1.776/2015, que insere o crime de pedofilia no rol da Lei dos Crimes Hediondos. A proposta recebeu 393 votos favoráveis e vai ao Senado Federal.

Além da ampla maioria favorável, grande parte das bancadas também orientou seus integrantes a votarem a favor da proposta. O próprio partido do deputado capixaba orientou aos filiados que votassem “sim” para a proposição legislativa.

Ao Metrópoles, a assessoria de imprensa de Salomão informou que o deputado se equivocou no momento de registrar o voto. Em vídeo enviado à reportagem, o parlamentar esclarece o ocorrido e diz ser a favor do projeto.

“Eu errei na hora de definir o meu voto. Eu sou a favor que a pedofilia seja crime hediondo, como prevê o projeto. Tem que ser punido quem pratica o crime de pedofilia”, disse o deputado.

Assista à íntegra:

Após o erro, o capixaba apresentou à Mesa um pedido para alteração do voto. “Cinco minutos depois, eu apresentei a minha declaração de voto, dizendo que meu voto foi sim para que a pedofilia seja crime hediondo”, enfatizou.

Veja:

O item rejeitado pelo petista foi incluído na pauta da sessão deliberativa desta quarta-feira (9/11). A proposta prevê a imposição de medidas, como cumprimento de pena em regime fechado e impossibilidade de anistia, graça, indulto e fiança aos infratores acusados do cometimento do crime.

Atualmente, a legislação vigente reconhecem, entre condutas caracterizadas por pedofilia, apenas os crimes de estupro de vulnerável e  favorecimento da prostituição infantil.

A matéria tem a autoria dos deputados Paulo Freire (PL-SP) e Clarissa Garotinho (União-RJ), e foi relatada em plenário pelo deputado Charlles Evangelista (PP-MG).

Polêmica

Recentemente, a proposta foi pivô de um verdadeiro embate entre deputados da base aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares que integram, hoje, a oposição.

No último mês, quando o texto estava incluído na pauta da sessão deliberativa, a bancada do PT apresentou um pedido para inverter o item na pauta, priorizando sua votação em detrimento de outros itens previstos para serem votados. Na ocasião, 224 deputados votaram contra o pedido dos petistas, seguindo orientação da base governista que era contra o requerimento por acordo com demais parlamentares.

A recusa do governo em votar de imediato a proposta foi explorada pela oposição, que associou a articulação política na Câmara às polêmicas envolvendo o presidente da República e imigrantes venezuelanas refugiadas no Brasil.

“Pintou um cima”

Enquanto relatava uma visita feita às estrangeiras, na periferia do Distrito Federal, Bolsonaro disse que “pintou um clima” entre ele e as jovens de 14 e 15 anos. A fala teve repercussão negativa imediata, inflamada pelas proximidades do segundo turno das eleições e duramente criticada por opositores do chefe do Executivo.

A investida oposicionista foi prontamente rebatida por governistas. O deputado bolsonarista Professor Alcides (PL-GO) chegou a ofender duas deputadas petistas, que chamou de “loucas”. “E quero dar um recado aí para essas loucas, deputadas da esquerda que, primeiro, dizem que nosso presidente não gosta de mulher. E, agora, vem essa louca aí dizendo que ele é pedófilo. Hahahaha! Olha no espelho deputada”, disse, durante a sessão.

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