metropoles.com

“Pessoalmente acho que não é bom”, diz Temer sobre anistia a caixa 2

Michel Temer disse não concordar com a proposta e garantiu que na volta da viagem à Nova York irá esclarecer a questão. Temer classificou como “surpreendente” a declaração de Geddel sobre a anistia concedida a quem pratica caixa 2

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
RICHARD DREW/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Michel Temer discursa nos EUA
1 de 1 Michel Temer discursa nos EUA - Foto: RICHARD DREW/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira (21/9) que foi “supreendente” a declaração de seu articulador político, Geddel Vieira Lima, em favor da proposta que anistia a prática de caixa 2 em campanhas eleitorais. “Pessoalmente eu acho que não é bom, mas vou chegar lá, quero esclarecer isso”, declarou Temer em entrevista coletiva em Nova York.

Segundo ele, a posição de Geddel é “personalíssima” e não reflete a posição do governo. “Eu pessoalmente acho que isso é matéria do Congresso Nacional, mas eu pessoalmente não vejo razão para prosseguir ou prosperar nesta matéria”, ressaltou.

Mas o presidente não quis discutir a orientação que dará à sua base na votação do assunto no Congresso Nacional. Temer ressaltou que não pretende interferir na atuação do Legislativo

Nesta terça-feira, 20, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, afirmou que o Palácio do Planalto não foi consultado sobre a tentativa de votar a anistia à prática do caixa 2, mas disse ser “pessoalmente” a favor da medida.

Para Geddel, se o Ministério Público Federal propôs um projeto para criminalizar o caixa 2, isso significa que esse tipo de prática não é considerado crime hoje em dia. Segundo o ministro, uma coisa é o político ser penalizado com base na legislação eleitoral e outra é o que vem acontecendo no âmbito da Operação Lava Jato, em que as condenações têm sido por corrupção e lavagem de dinheiro.

Na segunda, em uma tentativa atrapalhada, líderes de praticamente todos os grandes partidos tentaram articular a votação de uma proposta com esse fim. Foi colocado em pauta um projeto de 2007 sobre mudanças em regras eleitorais e uma emenda seria proposta para que houvesse anistia aos políticos que praticaram caixa 2 no passado.

Ninguém assumiu a autoria da proposta, mas as articulações da iniciativa teriam contado com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que está interinamente ocupando o cargo de presidente da República enquanto Michel Temer está nos Estados Unidos.

Polarização
Temer também disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “tem condições” de ir ao Poder Judiciário e apresentar seus argumentos de defesa no processo em que é acusado de corrupção na operação Lava Jato. “Se eu estivesse no lugar dele iria ao Judiciário para debater.”

Perguntado se a aceitação da denúncia contra o petista polarizaria ainda mais o país, o presidente disse que essa polarização deve ocorrer no plano jurídico. “Não sei quais serão as reações. Acho que deve polarizar no plano Jurídico. No plano jurídico, certa e seguramente, eu espero que seja assim. O sr. ex-presidente tem condições de ir ao Judiciário e, aí sim, polarizar com argumentos.”

Temer disse que não se manifestaria sobre a atuação do Poder Judiciário ou do Ministério Público, que são independentes. “Não será o Poder Executivo que vai julgar”, afirmou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?