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Perfil técnico de Roberto Campos Neto agrada a analistas

Avaliação é que, por ser um liberal e o fato de estar alinhado a Paulo Guedes, novo presidente do BC será bem recebido por investidores

atualizado

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Banco Central do Brasil
1 de 1 Banco Central do Brasil - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

Com perfil técnico de executivo do mercado financeiro, o nome do substituto de Ilan Goldfajn no comando do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, anunciado neta quinta-feira (15/11), agrada a seus pares e deverá ser bem recebido por investidores, segundo analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Para alguns, porém, agora também será importante que a futura equipe econômica reforce sinais de que o BC terá independência de fato.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, elogiou a indicação de Campos Neto. “Temos muito boas informações dele. É um profissional extremamente competente que trabalhou na tesouraria do Santander. A expectativa é muito boa e grande”, afirmou o executivo.

Para Lazari, o principal desafio da nova cúpula do BC em 2019 será o controle da inflação com a administração da política monetária. Questionado sobre se a Selic deveria cair no próximo ano, ele respondeu: “Tomara. Se a gente tiver um quadro de inflação controlada que não possa correr qualquer perigo, por que não ter uma taxa de juros de 6,25%, 6% ou abaixo de 6%, de acordo com as condições da economia?”, questionou. “Para nós, isso vai acontecer agora, ou pouco mais para a frente, pois nós vamos entrar neste seleto grupo de países que têm taxa de juros bastante pequena”.

José Júlio Senna, ex-diretor do BC e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), também elogiou a indicação. “Ele tem longa experiência de mercado financeiro, onde desfruta de uma imagem muito boa”, disse.

“Assim como o próprio Ilan e também Henrique Meirelles, Campos Neto veio do mercado financeiro, com o qual deverá ter boa interlocução. É um nome muito conceituado e trabalha em tesouraria, que é uma área importantíssima”, disse o estrategista de renda fixa da GS Research, Renan Sujii.

Para a economista-chefe da gestora ARX Investimentos, Solange Srour, Campos Neto é “respeitado” pelos agentes do mercado financeiro porque tem perfil liberal, está alinhado com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e construiu sua carreira no mercado financeiro.

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) elogiou, em nota distribuída nesta quinta, as “qualificações e experiência” de Campos Neto.

Próximos sinais
A indicação de Campos Neto não foi exatamente uma surpresa. Seu nome já circulava há dias no mercado como um dos potenciais indicados. Segundo Solange, da ARX, a credibilidade inicial do futuro presidente do BC dependerá dos próximos sinais para os rumos da política monetária, como a composição da diretoria do órgão e seus primeiros discursos.

“O novo presidente chega com certa credibilidade, mas, como é novo no cargo, será avaliado ao longo do tempo. Se os diretores vão ficar ou não é importante”, disse Solange, destacando que não conhece Campos Neto.

O aumento da transparência na comunicação com o mercado, na visão de Solange, foi o destaque da gestão de Ilan Goldfajn, que assumiu o cargo em 2016. Já as primeiras comunicações diretas de Campos Neto poderão ficar apenas para o ano que vem, lembrou Solange. Isso porque é possível que o futuro presidente do BC não fale publicamente até sua sabatina no Senado.

Grau de liberdade
Por outro lado, a Continuum Economics, consultoria do economista Nouriel Roubini, em relatório, levantou dúvidas sobre o grau de liberdade de atuação de Campos Neto. “Nossa avaliação inicial é de que Campos seguirá a linha de Paulo Guedes no BC, o que não é a melhor perspectiva para um Banco Central que se espera independente. Vamos esperar pelas indicações dos demais diretores para uma avaliação final”, afirma o texto.

Para Solange, o mercado “não gostou muito” quando, logo depois da eleição de Bolsonaro, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre vender “US$ 100 bilhões” de reservas internacionais quando o dólar chegasse a “R$ 5,00”, disse a economista.

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