Perfil do governo no Twitter faz piada sobre PIB de 1,1%
Secretaria de Comunicação diz que o crescimento ficou “abaixo do índice de mentiras de quem torce contra o Brasil”
atualizado
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As críticas de analistas, setores do mercado e políticos sobre menor crescimento dos últimos três anos no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foram ironizadas pelo perfil da Secretaria de Comunicação do Governo Federal no Twitter: “PIB cresce 1,1% em 2019 e fica abaixo do índice de mentiras de quem torce contra o Brasil”, postou, na noite desta quinta-feira (05/03) a página oficial. Veja:
O resultado geral sofreu influência dos primeiros meses de 2019 e ofusca o mais importante: os números positivos percebidos com o avanço das reformas essenciais promovidas pelo governo. pic.twitter.com/7aIRooEZCR
— SecomVc (@secomvc) March 5, 2020
O texto está na primeira de uma série de postagens que argumentam que o resultado, considerado decepcionante por economistas, era esperado pelo governo. “Apesar do alarmismo difundido, o crescimento de 1,14% era esperado. O baixo desempenho no 1º trimestre, que se deu pelo cenário de crise iminente herdado após um crescimento artificial, influenciou no resultado. Isso representa desaceleração no crescimento do Brasil? NÃO!”, diz outra postagem.
A última postagem faz uma diferenciação entre PIB dos setores público e privado, algo incomum na economia, já que o PIB é o conjunto do que foi produzido em todos os setores. Veja a argumentação:
No modelo adotado pelo do governo do presidente @jairbolsonaro, a exemplo de países mais desenvolvidos, o Estado deixa de ser o protagonista na economia do país e dá espaço à iniciativa privada, o que se traduz em crescimento sustentável, sem manipulação do poder público. pic.twitter.com/ogwHQPT876
— SecomVc (@secomvc) March 5, 2020
As postagens da secretaria comandada por Fabio Wajngarten seguem a linha de argumentação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que afirmou nesta quinta-feira (05/03), em transmissão pelo Facebook que a economia em seu governo vai “muito bem”.
“Se for levar em conta os últimos anos, teve altos e baixos. No governo Dilma Rousseff, tivemos PIB negativo. No governo [Michel] Temer, deu uma recuperada, chegou a 1,3% [de crescimento]. No nosso deu 1,1%, mas com um detalhe que a imprensa não noticiou: no último trimestre, foi 1,7%”, argumentou ele.