metropoles.com

PEC da Anistia coloca Conselhão e base governista em lados opostos

A CCJ da Câmara dos Deputados analisa nesta terça a PEC da Anistia, para isentar partidos de multas ocasionadas pelo descumprimento de cotas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
imagem colorida mostra Plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra Plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A PEC da Anistia colocou em rota de colisão alguns membros do chamado Conselhão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a base governista na Câmara dos Deputados. Isso acontece porque, com apoio das lideranças do Planalto, há a possibilidade de ser aprovada a proposta de emenda à Constituição para anistiar partidos que não cumpriram a cota de sexo e raça prevista na Lei Eleitoral nas últimas eleições.

Ao todo, 50 membros dos conselhos de Participação Social e de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, acionaram Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, ministro da Casa Civil. Em ofício, pedem a rejeição da PEC 09/23. O texto vai à análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16/5).

“A PEC é um retrocesso à diversidade na representação política, à transparência e ao controle social dos partidos políticos e um ataque à Justiça Eleitoral”, avalia Keila Simpson, membro de ambos os conselhos e diretora da Associação Brasileira de ONGs (Abong). Organizações da sociedade civil já chamam a proposta de “PEC dos homens brancos”.

O ofício cobrando a derrubada da PEC é assinado por membros como: Laura Carvalho, economista; Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos; Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra); André Junqueira, secretário executivo do Instituto Socioambiental (ISA); e Sueli Carneiro, filósofa e escritora.

Se aprovada, esta será a quarta anistia autopromovida pelos partidos pela não aplicação das cotas. Enquanto isso, lideranças do governo e de oposição na Câmara dos Deputados, ouvidas pelo Metrópoles, apontam a orientação favorável à PEC da Anistia. A CCJ é presidida pelo deputado petista Rui Falcão (SP) e até membros do PSol se comprometeram em não obstruir a pauta.

Na Comissão de Constituição e Justiça, a PEC da Anistia é relatada pelo deputado Diego Coronel (PSD-BA). Caso seja aprovado, o texto precisa ser submetido a uma comissão especial antes de ir ao plenário. Lá, são necessários votos favoráveis de 308 dos 513 representantes da Câmara. No Senado, é necessário o apoio de 49 dos 81 parlamentares.

As votações, em ambas as Casas, acontecem em dois turnos. Caso seja aprovada, a PEC é promulgada pelo Congresso Nacional e não há possibilidade de veto do presidente da República.

Exigência

A Emenda Constitucional 117, promulgada pelo Congresso Nacional em abril de 2022, determina o repasse de pelo menos 30% do Fundo Eleitoral e do tempo de Rádio e Televisão para candidaturas femininas.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ainda em 2020, determinou a distribuição proporcional ao total de candidatos negros apresentados pelos partidos para a disputa eleitoral. A medida passou a valer em 2022.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?