PDT pede ao TSE inelegibilidade de Bolsonaro por atos no 7 de Setembro
O partido argumenta que o presidente usou o Bicentenário da Independência para fazer campanha política e promover candidatura
atualizado
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O Partido Democrático Trabalhista (PDT) ingressou com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira (8/9), pedindo a inelegibilidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu candidato a vice, general Braga Netto, por abuso de poder e desvio de finalidade.
A ação foi motivada pelos atos realizados no 7 de Setembro, convocados pelo chefe do Executivo, após o desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
De acordo com a ação do PDT, Bolsonaro usou o cargo para desvirtuar o evento de forma a “promover sua candidatura”.
“Embora toda a estrutura do evento tenha sido paga com dinheiro público, Bolsonaro pediu votos no primeiro turno e conclamou seus apoiadores a convencerem mais pessoas a votar nele”, argumenta o partido.
E segue: “Por ser um ato público destinado a louvar um fato histórico para o país, o evento não poderia ter sido transformado em um palanque eleitoral, com a utilização de toda estrutura custeada com dinheiro público. Cite-se, por relevante, que, para a realização do evento cívico comemorativo, foram gastos cerca de R$ 3.380.000,00”, cita o documento do PDT.
O partido reforça que Bolsonaro utilizou de toda a estrutura da administração pública no ato de 7 de Setembro para fins de promover sua candidatura à reeleição, usando falas semelhantes às que usa em discursos de campanha.
Discurso de Bolsonaro
Em Brasília, pela manhã, Bolsonaro afirmou que a “vontade do povo” se fará presente no primeiro turno das eleições, marcado para o próximo dia 2 de outubro.
Após participar de desfile cívico-militar em comemoração ao Bicentenário da Independência, o chefe do Executivo federal marcou presença em ato político em frente ao Congresso Nacional.
No seu discurso, que durou aproximadamente 15 minutos, o presidente voltou a falar de suposta “luta do bem contra o mal”. Aconselhado pela campanha, o mandatário da República não teceu críticas às urnas eletrônicas nem ao Supremo Tribunal Federal (STF), embora tenha citado a Corte.
“Muito feliz em ter ajudado chegar até vocês a verdade. Também ter mostrado para vocês que o conhecimento liberta. Hoje todos sabem quem é o Poder Executivo; todos sabem o que é a Câmara dos Deputados; todos sabem o que é o Senado Federal. E também todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal”, assinalou.
Já em solo carioca, o chefe do Executivo federal subiu o tom e mirou o ex-presidente Lula (PT), com quem rivaliza a disputa pelo Palácio do Planalto nas eleições deste ano. Sem citar o petista nominalmente, o presidente o chamou de “quadrilheiro” e afirmou que “esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública”.
“Não é apenas voltar à cena do crime. Esse tipo de gente tem que ser chutado da vida pública”, disse, referindo-se à declaração feita durante a manhã, em Brasília, sobre opositores.