PCO sobre ascensão do Talibã ao poder no Afeganistão: “Enorme vitória”
Partido defende que fortalecimento do grupo extremista simboliza derrota histórica do imperialismo norte-americano
atualizado
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O Partido da Causa Operária (PCO) tem provocado polêmica nas redes sociais ao comentar a crise vivenciada no Afeganistão, resultado da ascensão ao poder do Talibã. A sigla defende que o fortalecimento do grupo extremista simboliza derrota histórica do imperialismo.
Em crítica aos Estados Unidos, o PCO publicou: “Ao bater em retirada, o imperialismo norte-americano revela a crise em que se encontra”. Na avaliação do partido, trata-se de “uma enorme vitória sobre os piores inimigos dos oprimidos de todo o planeta”.
Veja:
Ao bater em retirada, o imperialismo estadunidense revela a crise em que se encontra. Sem sombra de dúvida, o avanço do Talibã representa uma enorme vitória sobre os piores inimigos dos oprimidos de todo o planeta. Pelo fim das ocupações imperialistas! #ForaImperialismo pic.twitter.com/l7JZDpyIhT
— PCO – Partido da Causa Operária (@PCO29) August 14, 2021
A fala repercutiu nas redes sociais e provocou reação de partidos de oposição e da base aliada do governo federal. Alguns internautas usaram a publicação para classificar a legenda como sigla “bolsonarista de esquerda”.
Diante dos ataques, membros do Diretório Nacional do PCO promoveram lives para justificarem o argumento defendido pelo partido. Os filiados argumentam que os EUA representam ao Afeganistão “um opressor mais tirano que os talibãs”.
O partido ressalta, porém, que não compactua com as ações do grupo extremista. No entanto, destacam que a derrota dos EUA é uma vitória “contra o maior inimigo da humanidade”.
Entenda
A crise humanitária no Afeganistão é resultado do fortalecimento dos grupos extremistas com a saída de tropas norte-americanas que ocupavam locais estratégicos do país desde os ataques de 11 de setembro, em 2001.
O avanço dos extremistas aos pontos antes ocupados pelas tropas estadunidenses tem provocado temor popular e reacendido a crise humanitária no país.
Há 20 anos, antes de o exército dos Estados Unidos chegar a Cabul em ofensiva aos ataques às Torres Gêmeas, não faltavam relatos de restrições. O consumo de álcool, por exemplo, era totalmente proibido. Além disso, as punições físicas (em sua maioria mutilações), para pessoas acusadas de roubo e adultério, eram muito comuns.
Na época, o grupo também impunha aos homens o uso de barba e às mulheres, a burca — vestimenta que cobre todo o corpo, inclusive os cabelos, e apresenta uma estreita tela, à altura dos olhos, através da qual se pode ver. Já há relatos de que os militantes voltaram a cobrar essas regras desde domingo (15/8).
O grupo insurgente determinou como obrigatória a presença masculina (já que mulheres são proibidas) nas mesquitas às sextas-feiras, dia sagrado para o islamismo.