PCdoB e Psol reforçam oposição e não vão à posse de Bolsonaro
Mais cedo, PT divulgou nota com a decisão de não participar do evento, por não coadunar com “discurso de ódio” do presidente eleito
atualizado
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A exemplo do prometido pelo PT, os deputados e senadores do PCdoB e do Psol também não comparecerão à posse do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional, no dia 1º de janeiro. Lideranças das duas legendas disseram que não se identificam com o discurso do presidente eleito e prometeram fazer oposição forte para barrar medidas autoritárias no Congresso Nacional. Alguns parlamentares disseram que não receberam nem convites para o evento.
“Não tomamos nenhuma resolução, mas é natural que não estejamos presentes. Não temos nenhuma identificação com o presidente eleito. Não fomos convidados e não iríamos se o convite tivesse chegado”, informou ao Metrópoles, a presidente da legenda, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE).
Ela não soube dizer se todos os membros do partido foram ignorados pela organização da posse. “Eu não recebi”, enfatizou.
De acordo com a deputada, o partido é defensor de uma “frente ampla” de oposição ao novo governo, que não exclui aliança com o PT, nem com os demais partidos que já prometem posições contrárias ao novo governo, entre eles, o PDT, o PSB e o PSol.
“Somos partidários de uma frente ampla contra o futuro governo sem excluir nenhuma legenda. Quanto maior for esta frente, melhor”, destacou.
Resistência
Em nota divulgada pela Executiva Nacional, o Psol informou a decisão de não participar da posse, manifestando total pessimismo com o futuro governo. “A posse é um ato formal da Justiça Eleitoral, mas também é um momento de festa. Mas para o Psol não há nada a comemorar”, destaca o texto.
“O governo que se iniciará no próximo dia 1º tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência. Bolsonaro e seus ministros desprezam os direitos humanos, a soberania nacional, a democracia e os direitos sociais. Defendem a criminalização dos movimentos sociais e o cerceamento à livre organização política; idolatram a natureza autoritária e criminosa da Ditadura Civil-Militar; defendem a entrega das riquezas e patrimônio nacionais aos Estados Unidos; desprezam os direitos das minorias; atacam a liberdade de imprensa e a liberdade de ensino. Bolsonaro representa o atraso em todos os sentidos. Por isso não há razão para comemorar”, destaca a intenção do partido.
O partido disse ainda que espera da Justiça Eleitoral uma decisão sobre a ação que pede a cassação da chapa vencedora.
“É sempre bom lembrar que tramita contra Bolsonaro na Justiça Eleitoral ação que pede a cassação de sua chapa. Os crimes eleitorais dos quais é acusado – dentre eles, uso de recursos empresariais para disseminação de mentiras em massa via redes sociais – precisam ser investigados. Sua vitória, além de se assentar no medo e na desilusão com o sistema político brasileiro, também se deve à fraude promovida pelas mentiras disseminadas contra seus adversários”, destacou.
Em seu perfil pessoal no Twitter, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros enfatizou a ausência na cerimônia: “Não vamos à posse. Nossa resistência já começou”, postou.
“Como é de praxe, o TSE convidou toda a bancada do PSOL para a posse do novo presidente. Mas como prestigiar alguém que despreza os direitos humanos, promete colocar o Brasil de joelhos diante dos EUA e destruir os direitos sociais? Não vamos à posse. Nossa resistência já começou”.
Em viagem ao exterior, o deputado Ivan Valente (Psol-SP) também disse ao Metrópoles, pelo telefone, que os parlamentares do partido também não vão à posse. “Não estou no Brasil e se estivesse, não iria. Não vamos, nem sei se recebemos convites. O fato é que somos oposição”, destacou.
Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira (28/12), o Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou sua posição de não participar da posse do futuro presidente. De acordo com o texto, a sigla não compactua “com discursos e ações que estimulam ódio, intolerância e discriminação” e, portanto, estará ausente na cerimônia.