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Pazuello é o interino mais longevo da história do Ministério da Saúde

Há 36 dias à frente da pasta, general Eduardo Pazuello assumiu cargo após saída do ex-ministro Nelson Teich do governo

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Eduardo Pazuello, novo secretário-executivo do Ministério da Saúde
1 de 1 Eduardo Pazuello, novo secretário-executivo do Ministério da Saúde - Foto: Alan Santos/PR

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, completou no sábado (20/06) uma marca histórica. Ao acumular 36 dias no cargo, ele superou José Carlos Seixas, que ficou na interinidade durante 35 dias, em 1996, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Dessa forma, ele tornou-se o interino há mais tempo no comando da Saúde. Nesta quarta-feira (24/06), ele chega no seu 40º dia a frente da pasta que assumiu no dia 15 de maio

Com a tarefa de enfrentar a maior crise de saúde do século, o general da ativa não tinha experiência prévia no comando dessa área. 

Em 1992, José Goldemberg foi ministro interino da Saúde durante 19 dias no governo de Fernando Collor de Mello. Na sequência, aparecem José Agenor Álvares da Silva que, em 2016, ficou 15 dias de forma interina no comando da pasta, no governo de Dilma Rousseff, além de Saulo Pinto Moreira, que passou 10 dias no cargo em 1993, durante o governo de Itamar Franco.

O atual ministro da Saúde assumiu a pasta de forma interina após a saída de Nelson Teich do governo. Oncologista, o ex-ministro pediu demissão por discordar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso da hidroxicloroquina como remédio para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A discordância também foi um dos motivos da saída de seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta.

Na semana seguinte à saída de Teich, o governo federal divulgou um protocolo liberando o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina até para casos leves da doença. Antes, o protocolo previa o uso das substâncias, de modo experimental, apenas para casos graves.

Apesar da mudança atender a um desejo do presidente Bolsonaro, ainda não há comprovação científica de que a cloroquina é capaz de curar pacientes diagnosticados com Covid-19.

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Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em seu gabinete
Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello
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Outros países

O Brasil não foi o único país a mudar o ministro da Saúde desde o início da pandemia da Covid-19, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março.

Em países como Bolívia, Equador e Peru, por exemplo, as trocas ocorreram por motivos ligados:

  •         ao desrespeito às orientações de isolamento social;
  •         a divergências com demais técnicos do governo;
  •         à má condução de políticas diante da pandemia;
  •         a motivos pessoais;
  •         ao remanejamento para priorizar especialista em saúde pública; e
  •         à pressão pública.

Veja abaixo:

Bolívia

Quando: 8 de abril
Quem saiu: Aníbal Cruz
Quem entrou: Marcelo Navajas

O então ministro do país, Aníbal Cruz, alegou motivos pessoais e pediu renúncia ao cargo à presidente interina, Jeanine Áñez.

Ele estava à frente do Ministério da Saúde boliviano desde novembro de 2019, quando o atual governo tomou posse após queda de Evo Morales.

Chile

Quando: 13 de junho
Quem saiu: Jaime Mañalich
Entrou: Enrique Paris

A demissão de Mañalich foi anunciado pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera, em meio a uma controvérsia sobre os números de mortes no país em decorrência da pandemia do coronavírus.

A queda do ex-ministro ocorreu após um centro de investigações composto por jornalistas denunciar que os óbitos por Covid-19 no país poderiam estar “distorcidos”.

De acordo com o centro, o Departamento de Estatística do Chile, órgão vinculado ao Ministério da Saúde do país, estaria informando à OMS dados maiores do que os divulgados pelo governo à população chilena.

Equador

Quando: 21 de março
Q
uem saiu: Catalina Andramuño
Quem entrou: Juan Carlos Zevallos López

Pouco mais de uma semana após a OMS declarar pandemia de Covid-19, Andramuño afirmou, em carta de renúncia, que não estava tendo apoio em “muitas instâncias do governo” sobre os “postulados técnicos e médicos” de combate à doença.

De acordo com a ex-ministra, o Ministério da Saúde equatoriano alertava para uma crise de emergência sanitária no país desde dezembro. Mesmo assim, o governo não garantiu recursos para o enfrentamento à pandemia.

Escócia

Quando: 6 de abril
Quem saiu: Catherine Calderwood
Quem entrou: Gregor Smith

Catherine Calderwood era diretora do Departapento Médico da Escócia e era um dos principais nomes da campanha pelo isolamento social no país. Após ser flagrada, mais de uma vez, viajando de Edimburgo a uma casa de praia em Earlsferry – a uma hora e meia da capital escocesa – ela pediu renúncia do cargo.

Holanda

Quando: 20 de março
Quem saiu: Bruno Bruins
Quem entrou: Hugo de Jonge

Também por meio de uma carta de renúncia, o ex-ministro alegou exaustão devido ao trabalho de enfrentamento ao novo coronavírus.

Dias antes, durante debate no Parlamento da Holanda, Bruins chegou a desmaiar enquanto um parlamentar discursava.

Nicarágua

Quando: 1º de abril
Quem saiu: Carolina Dávila
Quem entrou: Martha Reys

O governo de Daniel Ortega nomeou a então chefe nacional de Vigilância para comandar o Ministério da Saúde.

A então titular da pasta, Carolina Dávila, foi para a assessoria do governo no âmbito do sistema de saúde na capital Manágua. No entanto, Dávila não perdeu o status de ministra.

Nova Zelândia

Apesar de a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern não ter demitido o ministro David Clark, lhe foram retiradas algumas atribuições.

Isso porque Clark foi flagrado em uma praia dois dias após a Nova Zelândia decretar o confinamento da população.

Peru

Quando: 20 de março
Quem saiu: Elizabeth Hinostroza
Quem entrou: Victor Zamora

O presidente peruano, Martín Vizcarra demitiu a médica Hinostroza, pois, segundo ele, queria um “especialista em saúde pública” para lidar com a pandemia do coronavírus.

Segundo a imprensa do país, o motivo, no entanto, seria de que o presidente estava insatisfeito com a demora na resposta diante do aumento de mortes causadas por Covid-19.

O jornal “El Comercio” noticiou que o governo ficou irritado com a “falta de liderança” de Elizabeth Hinostroza.

Porto Rico

Quando: 13 e 18 de março
Quem saiu: Rafael Rodríguez Mercado e Concepción Quiñones
Quem entrou: Lorenzo Gonzáles

A governadora da ilha de Porto Rico, pertencente aos Estados Unidos, Wanda Vázquez, demitiu Rafael Rodríguez por “insatisfação” com o secretário de Saúde, após os primeiros casos de Covid-19 serem confirmados no local.

Para o cargo, a médica Concepción Quiñones foi nomeada para lidar com a pandemia. No entanto, ela deixou o cargo após denunciar uma série de irregularidades em compras de insumos para o combate à pandemia.

Romênia

Quando: 26 de março
Quem saiu: Victor Costache
Quem entrou: Nelu Tataru

A imprensa da Romênia noticiou que Costache pediu renúncia do cargo a pedido do próprio primeiro-ministro do país, Ludovid Orban.

Ele deixou o governo após dizer que toda a população de Bucareste deveria ser testada para identificar se contraiu Covid-19. A fala teria irritado profissionais da saúde. Segundo eles, a prioridade era disponibilizar equipamentos hospitalares para enfrentar a pandemia.

Ucrânia

Quando: 30 de março
Quem saiu: Illya Yemets
Quem entrou: Maksym Stepanov

O país não detalhou o motivo para a demissão de Yemets, apesar do parlamento ucraniano ter aprovado mudanças nos ministérios das Finanças e da Saúde.

De acordo com a imprensa da Ucrânia, no entanto, o ex-ministro já havia apresentado pedidos de renúncia semanas antes da decisão do parlamento, a medida que os primeiros casos de coronavírus eram confirmados no país. 

 

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