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Pazuello diz que nunca autorizou protocolos sobre remédios contra Covid-19

Em maio no ano passado, no entanto, Ministério da Saúde divulgou orientações sobre uso de substâncias no enfrentamento do novo coronavírus

atualizado

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Pazuello anuncia aquisição de 100 milhões de doses da vacina
1 de 1 Pazuello anuncia aquisição de 100 milhões de doses da vacina - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta segunda-feira (18/1) que o Ministério da Saúde jamais assinou protocolos indicando medicamentos no tratamento contra a Covid-19. O general do Exército foi enfático ao dizer que “nunca” indicou qualquer medicamento à população.

Em maio no ano passado, no entanto, o ministério da Saúde divulgou uma nota informativa com orientações da pasta para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19”.

Entre as substâncias citadas pela pasta estão: difosfato de cloroquina, sulfato de hidroxicloroquina e azitromicina – todas sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. O documento, atualizado em agosto e assinado por secretários da pasta, pode ser acessado aqui.

“Eu nunca, nunca indiquei medicamentos a ninguém. Nunca autorizei o Ministério da Saúde a fazer protocolos indicando medicamentos. […] Eu estou sendo bastante enfático nisso, porque eu não gostaria que ficasse a ideia errada”, disse Pazuello durante coletiva no Palácio do Planalto.

Mudança de discurso

Na coletiva, o ministro Pazuello ainda adotou um tom diferente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende o uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-19, como a cloroquina.

“Temos divulgado desde junho o atendimento precoce. Não confundam atendimento precoce com que remédio tomar. Não coloquem isso errado. Nós incentivamos e orientamos que a pessoa doente procure imediatamente um médico. Que o médico faça o diagnóstico. Esse é o atendimento precoce. Que remédios vai prescrever, isso é foro íntimo do médico. O ministério não tem protocolos com isso, não é missão do ministério definir protocolo”, afirmou.

“Atendimento é uma coisa, tratamento é outra. Como leigos, às vezes falamos o nome errado. Mas temos que saber exatamente o que queremos dizer: atendimento precoce”, complementou mais adiante.

Mais cedo, o próprio presidente falou em “tratamento precoce” ao comentar a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial de duas vacinas contra a doença.

“Não desisto do tratamento precoce, não desisto tá? A vacina é pra quem não pegou ainda. E essa vacina é 50% de eficácia, ou seja, jogar uma moedinha pra cima, é 50% de eficácia”, disse o presidente. A dicção de Bolsonaro, entretanto, não deixa claro se é “desisto” ou “desistam”.

Twitter restringe Bolsonaro

Na noite de sexta-feira (18/1), o Twitter inseriu marcação em uma publicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro sobre o “tratamento precoce” contra a Covid-19 com medicamentos sem a eficácia comprovada para a doença.

A mensagem da empresa diz que a postagem viola as regras da plataforma “sobre publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais” relacionadas à Covid-19″. “No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que esse Tweet continue acessível”, diz a mensagem acima da publicação do presidente.

Quando o Twitter sinaliza publicações do tipo, a circulação do tuíte é restringida, mas continua disponível na rede social.

No post, Bolsonaro diz que “estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid, com antimaláricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização e estão associados à redução da mortalidade”.

Veja:

 

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