Pazuello diz que não comprou Coronavac antes por falta de uma MP
Ex-ministro da Saúde voltou a afirmar que o presidente Jair Bolsonaro não lhe deu ordem para não comprar o imunizante
atualizado
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À CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou, nesta quinta-feira (20/5), que não comprou a Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, antes porque a legislação brasileira não permitia e não por ordem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), reiterando o que disse nessa quarta-feira (19/5).
“[Não foi comprado antes] porque não havia MP que permitisse. Nós fizemos a carta de intenção para o Butantan no dia 17 de outubro, que é a carta que vale. A próxima medida é o contrato, que só é possível com a medida provisória, sancionada e publicada no dia 6 de janeiro”, disse Pazuello à CPI da Covid.
O Butantan enviou a primeira das três cartas ao governo brasileiro no dia 30 de julho do ano passado. Depois, em 18 de agosto e 7 de outubro. O contrato só foi assinado em 7 de janeiro deste ano.
“A lei brasileira que inclui a lei do SUS [Sistema Único de Saúde] não permitia a contratação sem que houvesse a vacina em território nacional e registrada e incluída no SUS”, acrescentou.
O vice-presidente da CPI da Covid destacou que a “Coronavac está sendo fabricada no Brasil”.
Em outubro do ano passado, Bolsonaro publicou nas redes sociais e declarou publicamente que mandou cancelar protocolo que havia sido assinado entre o Butantan e a pasta da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac.
Pazuello é o oitavo depoente do colegiado. Antes deles, os senadores ouviram os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich e atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
O ex-chanceler Ernesto Araújo, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres também prestaram depoimento.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.