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Pazuello assinará novo protocolo da cloroquina nesta quarta, diz Bolsonaro

Presidente defende uso precoce da substância no combate ao coronavírus. Ex-ministros da Saúde deixaram governo após discordarem da medida

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Osmar Terra e general Ramos vão ao ministério da Saúde
1 de 1 Osmar Terra e general Ramos vão ao ministério da Saúde - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na noite desta terça-feira (19/05) que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, vai assinar um novo protocolo sobre o uso da cloroquina nesta quarta-feira (20/05).

“Amanhã o ministro da saúde vai assinar o protocolo da cloroquina”, disse o presidente durante uma entrevista feita por meio das redes sociais.

Pazuello foi nomeado secretário-executivo do então ministro da Saúde Nelson Teich, que deixou o cargo na semana passada. Desde então, o general comanda a pasta de forma interina.

Assim como Teich, o também ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta deixou o governo após discordar de Bolsonaro sobre cloroquina e isolamento e distanciamento social.

O presidente da República é defensor da substância no combate ao novo coronavírus. De acordo com balanço do Ministério da Saúde no início da noite desta terça, o Brasil tem 17.971 mortes e 271.628 casos confirmados da Covid-19.

O que diz o Conselho Federal de Medicina
Em abril, após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) disse que não recomenda o uso da hidroxicloroquina para pacientes em tratamento de Covid-19. O órgão liberou, no entanto, que médicos receitem o medicamento em três casos específicos:

  • quando o paciente está em estado crítico, internado em terapia intensiva, com lesão pulmonar estabelecida. Nesse caso, a hidroxicloroquina pode ser usada pelos médicos “por compaixão”. Geralmente, isso ocorre quando o paciente já está fora de possibilidade terapêutica e o médico, com autorização da família, utiliza a substância;
  • quando o paciente, com sintomas de coronavírus, chega ao hospital. Segundo o conselho, existe um momento de replicação viral em que a droga pode ser usada pelo médico com autorização do paciente e familiares; e
  • quando o paciente tem sintomas leves, parecidos com o da gripe comum. Nesse caso, o médico pode usar a hidroxicloroquina, descartando a possibilidade de que o paciente tenha: influenza A ou B, dengue, ou H1N1. A decisão deve ser discutida com o paciente.

“O Conselho Federal de Medicina não recomenda o uso da hidroxicloroquina. O que estamos fazendo é dando ao médico brasileiro o direito de, junto com seu paciente, em decisão compartilhada com seu paciente, utilizar essa droga. Uma autorização. Não é recomendação”, disse o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, na ocasião.

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Novo ministro da Saúde
Questionado, durante a entrevista, sobre quando deve escolher um novo titular para o Ministério da Saúde, Bolsonaro disse que, por enquanto, vai deixar a pasta sob comando do general Pazuello que, segundo o presidente, “é um gestor de primeira linha” e está fazendo um “excepcional trabalho”.

Bolsonaro disse ainda que não tem mágoas do ex-ministro da Saúde Nelson Teich por ter deixado o governo e, sem citar Mandetta, disse que o ex-ministro “continua criticando” a gestão.

“O [ministro] que saiu continua meu amigo, deu a coletiva. Eu não vou entrar em detalhe, gosto dele, to quase apaixonado por ele, cara excepcional. Ele tem ligado e conversado com o Pazuello, diferente do anterior, que continua criticando. Tudo bem. Vida que segue. Desejo sorte, não tenho magoa com ninguém”, disse.

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