Paulo Chagas diz que Salles é “maria-fofoca” e Ernesto, boneco de Olavo
General alegou que ministros estariam influenciando o afastamento do presidente Jair Bolsonaro do vice-presidente Hamilton Mourão
atualizado
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O general do Exército Paulo Chagas criticou, nesta quarta-feira (10/2), ministros de Estado que estariam, segundo ele, empenhados em afastar o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), do vice-presidente general Hamilton Mourão (PRTB).
A critica foi direcionada aos ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles (apelidado de “maria-fofoca”), e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo (apelidado de “boneco de ventríloquo do Rasputin da Virgínia”). O comentário foi publicado em uma rede social.
“Toda regra tem exceção. Ricardo Salles, o maria-fofoca, e Ernesto Araújo, o boneco de ventríloquo do Rasputin da Virgínia, são algumas das exceções que confirmam a excelência dos ministros do atual governo”, escreveu o general reformado do Exército.
“Ambos, dizem, estão empenhados em afastar JB [Jair Bolsonaro] de Mourão. Azar do PR [presidente], que deixará de contar com a incontestável competência do VPR [vice-presidente], caso venha a dar-lhes ouvidos. Mais uma vez o grande prejudicado será o Brasil”, prosseguiu.
Por fim, Chagas – que mostrou alinhamento com o então candidato à presidente Jair Bolsonaro ao concorrer para o cargo de governador do Distrito Federal, em 2018 – concluiu a mensagem ao afirmar que “a maior demonstração de incompetência é dispensar o competente”.
O termo “maria-fofoca” foi usado pelo próprio Salles ao criticar um outro general do Exército, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, em outubro do ano passado. Já o apelido dado a Ernesto Araújo faz referência ao guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho.
Salles e Ernesto Araújo foram procurados, por meio da assessoria de imprensa deles, para se manifestarem sobre o comentário do militar, uma vez que ambos são citados nominalmente. Até a última atualização dessa reportagem, contudo, eles não se pronunciaram.
Sem Mourão
Na terça-feira (9/2), Bolsonaro promoveu uma reunião ministerial no Palácio do Planalto sem a presença do vice. O encontro reuniu 22 ministros (apenas o ministro das Comunicações não pôde estar presente), além do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
“Não, não fui convidado, não fui chamado. Então, acredito que o presidente julgou que era desnecessária a minha presença. Só isso”, disse Mourão. Perguntado se tinha ficado incomodado, o vice-presidente negou: “Não estou incomodado, não”.
Após ter sido excluído da reunião ministerial, o general também não compareceu ao lançamento do programa Adote um Parque, na tarde dessa terça-feira, voltado à proteção ambiental de parques nacionais. Mourão é presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal e era esperado na cerimônia.
…deixará de contar com a incontestável competência do VPR, caso venha a dar-lhes ouvidos. Mais uma vez o grande prejudicado será o Brasil!
A maior demonstração de incompetência é dispensar o competente…— General Paulo Chagas (@GenPauloChagas) February 10, 2021