Partidos pedem multa de R$ 50 mil de Bolsonaro por “passeio”
Legendas de esquerda entraram na Justiça para penalizar o presidente a cada desrespeito à orientação de isolamento social
atualizado
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Partidos de esquerda do Distrito Federal apresentaram à Justiça uma Ação Civil Pública na qual pedem, em caráter liminar, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, seja impedido de realizar qualquer ato que possa colocar em risco a saúde das pessoas diante da pandemia de coronavírus.
A ação foi protocolada na noite de segunda-feira (30/03) e refere-se ao “tour” feito por Bolsonaro no último domingo por Taguatinha e Ceilândia, no qual o presidente teve contato com pessoas dessas localidades e ainda incentivou que as pessoas deixem o isolamento social e voltem ao trabalho.
A ação é assinada pelos diretórios regionais do PCdoB, PSB, PT, PSol, Rede e Unidade Popular. Em caráter liminar, os partidos pedem que, em caso de desobediência por parte do presidente, ele seja multada em R$ 50 mil a serem descontados de seu salário.
A ação se assemelha ao pedido do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro de multar a União a cada do presidente que vá na direção contrária às diretrizes estabelecidas pelo próprio governo para combater a pandemia. No entanto, difere em relação à cobrança, apontando os vencimentos do presidente como alvo para possíveis multas.
Segundo o presidente do PCdoB DF Augusto Madeira, “os partidos entraram com a ação por entenderem que por um capricho pessoal, o presidente da República expôs a população do DF à uma ameaça sanitária e não podemos ficar à mercê de atos irresponsáveis de quem quer que seja”.
No domingo, 11 diretórios de partidos (um, ainda em formação) no Distrito Federal se reuniram em caráter de urgência, por videoconferência, na tarde deste domingo (29/03), e soltaram uma nota conjunta “de repúdio” ao presidente Jair Bolsonaro, após o passeio do chefe do Executivo federal por várias regiões do DF pela manhã.
No giro, que passou por Sudoeste, Ceilândia e Taguatinga, Bolsonaro reuniu grupos de pessoas ao redor dele – de clientes de comércios a ambulantes –, atraindo críticas por não seguir orientação do Ministério da Saúde para que as pessoas evitem proximidade e aglomerações.
Confira a íntegra da ação:
ACP Contra Jair Bolsonaro.docx by Tácio Lorran on Scribd