Partido desiste de nomear esposa de Kassio Marques a cargo no Senado
Progressista havia manifestado intenção em deslocar Maria do Socorro Marques para a Quarta Secretaria da Casa, mas voltou atrás
atualizado
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A esposa do recém-indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Kassio Nunes Marques, por enquanto, não será nomeada a cargo de confiança no Senado Federal. Ela tinha sido indicada pelo senador Elmano Férrer (PP-PI) para a Quarta Secretaria da Casa, mas uma decisão do Partido Progressistas fez com que a nomeação fosse revista.
A assessoria de imprensa de Férrer (PP-PI) confirmou a informação para o Metrópoles. Maria do Socorro Marques ocuparia um cargo comissionado no órgão interno do Senado.
O parlamentar apontou o nome de Maria do Socorro ao posto após anunciar a troca de partido, do Podemos para o PP. Ela trabalha desde 2019 como auxiliar parlamentar no gabinete de Férrer e recebe, mensalmente, R$ 11,4 mil.
Em nota, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que comanda a Quarta Secretaria, afirmou que, com a filiação de Elmano Férrer ao Progressistas, o parlamentar precisou reorganizar a assessoria, uma vez que Férrer tinha servidores no gabinete do ex-partido. Por isso, havia enviado Maria do Socorro para a Quarta Secretaria.
Mas, com a indicação de Kassio Marques para o Supremo e o rumor que a decisão provocou, Heinze resolveu rever a medida e desvinculá-la da Quarta Secretaria. Maria do Socorro segue como auxiliar parlamentar de Férrer.
Indicação
Kassio Nunes Marques é indicação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). Desde o anúncio da indicação, o chefe do Executivo vem sendo alvo de críticas nas redes sociais, associando Kassio ao PT, e destacando a suposta posição do desembargador no caso Battisti.
Após as manifestações negativas, Bolsonaro saiu em defesa do juiz. O chefe do Executivo publicou, nesse domingo (4/10), uma lista desmentindo que Marques teria votado para manter, no Brasil, Cesare Battisti.
Bolsonaro destacou que o STF decidiu, em novembro de 2009, que a definição do caso caberia ao presidente da República e que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguindo o STF, resolveu negar a extradição de Battisti.
Ainda segundo o presidente, em 2015, a juíza Adverci Rates, da 2ª Vara Federal, determinou a deportação, mas a 6ª Turma do TRF-1, da qual Kassio participava como vogal, resolveu suspender a decisão, porque a matéria só poderia ser julgada na apelação.
O nome também não é unanimidade entre a ala evangélica e os influenciadores de direita que apoiam o presidente. No entanto, a indicação de Marques tem forte apoio no Senado.