Parlamento Europeu rejeita simbolicamente acordo Mercosul-União Europeia
Parlamentares europeus alegaram preocupação com a política ambiental do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro
atualizado
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O Parlamento Europeu rejeitou simbolicamente o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (7/10) após parlamentares alegaram preocupação com a política ambiental de Jair Bolsonaro.
A negativa repercutiu na imprensa de outros países do Mercosul, principalmente na Argentina. O jornal Clarín, um dos principais do país, publicou que os dois blocos econômicos “nunca estiveram tão perto de alcançar um acordo comercial”, mas são ruins os indícios de que talvez não ocorra desta vez.
O Comitê Internacional da Câmara Europeia aprovou uma emenda ao informativo anual sobre implementação da política comercial da Europa no qual assegura que, “devido às políticas climáticas do Brasil de Bolsonaro, o estado atual do acordo pode não ser ratificado”. A decisão, no entanto, não significa o fim definitivo do acordo.
O texto contém um capítulo sobre o cumprimento obrigatório do Acordo de Paris, respeitando o desenvolvimento sustentável, direitos trabalhistas e proteção do meio ambiente.
A campanha contra o acordo foi capitaneada pelo partido do presidente francês, Emmanuel Macron, com quem Bolsonaro já teve desentendimentos públicos. O mandatário europeu é alvo recorrente de críticas do presidente brasileiro pelo interesse do francês na Amazônia.
Foram os parlamentares franceses que anexaram a emenda e fizeram campanha por votos para que o Parlamento se declarasse contrário ao acordo. É a primeira vez, em 15 anos de negociação, que a entidade rejeita o tratado comercial.