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Parlamentares negam recebimento de caixa 2 durante campanha

Entre os dez parlamentares citados pela PGR em parecer ao STF, está o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Onyx Lorenzoni ministro bolsonaro
1 de 1 Onyx Lorenzoni ministro bolsonaro - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Deputados e senadores citados pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal que pede a abertura de petições autônomas para analisar as acusações de caixa 2 feitas por delatores da JBS aos parlamentares, negaram, nesta quarta-feira (28/11), recebimento ilegal de dinheiro. Entre os dez parlamentares citados, está o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que comanda a transição do governo Jair Bolsonaro. Pesam sobre ele o relato dos delatores e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil, em 2012, de e R$ 200 mil, em 2014.

O deputado federal admitiu em uma entrevista ter recebido R$ 100 mil e pediu desculpas. A reportagem entrou em contato com o chefe de gabinete e a assessoria de Onyx Lorenzoni, mas não obteve resposta.

Além de Onyx, foram citados os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Alceu Moreira (MDB-RS), Jeronimo Goergen (PP-RS), Zé Silva (SD-MG), Marcelo Castro (MDB-PI) e Wellington Fagundes (PR-MT), e três senadores, Ciro Nogueira (PP-PI), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM). A delação da JBS aponta caixa 2 no ano de 2014 em relação a todos eles, menos Paulo Teixeira, a quem a referência é de que a prática teria ocorrido em 2010.

Em nota, a assessoria de imprensa do deputado Paulo Teixeira informou que a doação feita pela JBS à campanha do parlamentar em 2010 foi declarada na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral e aprovada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

O deputado federal Zé Silva disse à reportagem que delatores da JBS citaram seu nome de forma vaga sobre a suposta doação de R$ 200 mil por meio de seu representante. “Esclareço que nunca autorizei quem quer que seja a pedir ou receber doação em meu nome. Destaco também que os R$ 100 mil que recebi legalmente da empresa na campanha de 2014, por meio do partido Solidariedade, foram declarados em minha prestação de contas, aprovada pela Justiça Eleitoral.”

“Doações do partido”
Jerônimo Goergen disse estar tranquilo com a situação, que, acredita, será verificada. “Eu não gostaria que, na minha vida, no meu currículo, ficasse uma notificação sem avaliação. Prefiro que seja verificado. Eu recebi, sim, recursos oficiais via partido. Foram doações do partido. Tendo inclusive doações do valor que foi falado. [A verificação] É uma forma de ficar claro que não tenho nada de errado. No momento da delação, o delator diz que fez as doações e nada em troca pediram”, disse.

O deputado Alceu Moreira informou que não iria se manifestar porque a citação de seu nome foi feita “por terceiros”. O senador Wellington Fagundes disse que apenas recebeu doação oficial registrada pela Justiça Eleitoral. “Não tenho conhecimento dessas acusações”.

A assessoria de imprensa de Renan Calheiros informou que o parlamentar não foi candidato em 2014 e não teria como ter recebido o dinheiro. Procurados, Marcelo Castro, Ciro Nogueira e Eduardo Braga não retornaram ao contato da reportagem até a conclusão desta edição.

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