Parlamentares criticam aglomeração de Bolsonaro no Rio
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o ato deste domingo é um “acinte e um desrespeito”
atualizado
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Deputados e senadores criticaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por participar de ato pró-governo no Rio de Janeiro neste domingo (23/5), provocando aglomerações e desrespeito às medidas sanitárias, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
O evento ocorre em meio a pressões políticas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que investiga ações e omissões do governo federal na pandemia. Além disso, nesse sábado (22), o país ultrapassou 448 mil mortes por Covid-19.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o ato deste domingo é um “acinte e um desrespeito” aos mortos pela Covid-19 no Brasil.
“Não se tem conhecimento na história de um presidente que tenha sido tão ofensivo a dor de um povo como está acontecendo no Rio”, disse parlamentar ao canal CNN.
Integrante da CPI, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a “motociata” representa a “crueldade” de Bolsonaro diante de uma nação com “14,5 milhões de miseráveis”.
São 448 mil mortos por covid, 14,5 milhões de miseráveis, 125 milhões sofrendo com insegurança alimentar. Enquanto isso, Bolsonaro passeia de moto e faz pose para sua claque. Celebram a morte, a fome e a miséria. É inacreditável a crueldade do chefe da nação com o povo brasileiro
— Humberto Costa (@senadorhumberto) May 23, 2021
O G7, grupo de senadores de oposição da CPI da Pandemia, vai votar nesta semana uma série de requerimentos, incluindo a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual, Marcelo Queiroga.
O grupo também deve colocar para aprovação requerimentos de informações ao governo do Rio e prefeitura da cidade sobre quem autorizou aglomerações na capital fluminense.
Também membro da CPI, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que o presidente deveria se dedicar a salvar vidas, mas perde tempo em passeios de moto, fazendo aglomerações e disparando ofensas e ameaças.
Bolsonaro deveria se dedicar a salvar vidas, mas gasta seu tempo em passeios de moto, aglomerações, ofensas e ameaças. Cada palavra sua contra medidas de prevenção ou vacinas representa uma agressão às famílias das vítimas da COVID e àqueles que sofrem com a fome e o desemprego.
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) May 23, 2021
Deputados também reagem
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), também criticou a participação do presidente e afirmou que ele deveria focar na aquisição de vacinas.
Pro presidente tá passeando de moto o país deve tá muito tranquilo. No meu país tem 14 milhões de desempregados, 19 milhões com fome, 14,5 milhões na miséria, 800 mil micro e pequenas empresas fechadas. Presidente, concentre-se na compra de vacinas! É isso que o Brasil espera!
— Marcelo Ramos (@marceloramosam) May 23, 2021
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), fez menção à piora em dados socioeconômicos no país para criticar o passeio de moto do presidente da República.
Recordes do governo Bolsonaro atualizados.
– extrema pobreza
– mortes por covid-19
– inflação
– desemprego
– desmatamento
– alta do dólarE o presidente passeando de moto.
— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) May 23, 2021
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), chamou o mandatário de “debochado e perverso”.
Alerta de 3a onda da covid e não há insumo suficiente nem capacidade pra mais leitos. E Bolsonaro, o que faz? Marca nova aglomeração. É debochado e perverso, só está onde está porque tem a cumplicidade de aliados irrigados por emendas e que nos negam o impeachment.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 23, 2021