“Parece que intenção é me tirar do governo”, diz Bolsonaro a Maia
O chefe do Executivo nacional deu declarações duríssimas contra o presidente da Câmara, acusando-o de falta de patriotismo
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), acusou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de querer tirá-lo da Presidência da República. Ele disse ainda que o deputado resolveu “assumir o papel do Executivo”. A declaração ocorreu em entrevista ao vivo na CNN, na noite desta quinta-feira (16/04).
“Eu lamento a posição do Rodrigo Maia nessas questões. Ele resolveu assumir o papel do Executivo, com ataques contundentes. Ele é chefe do Legislativo, mas ele tem de me respeitar como chefe do Executivo”, disse Bolsonaro.
O presidente afirmou ainda que Maia “resolveu não conversar com mais ninguém” e que jogou os governadores contra ele. “Qual o objetivo, resolver o problema ou atacar o presidente da República? O sentimento que eu tenho é que ele não quer resolver os problemas, quer atacar o governo federal”, sustentou.
Bolsonaro também disse que Maia “quer enfiar a faca no governo federal”. “Mas se se comportarem assim vão matar a galinha dos ovos de ouro, que é o Brasil.”
“Ele está conduzindo o Brasil para o caos. Não temos como pagar uma dívida. Qual a intenção? Esculhambar a economia do Brasil?”, afirmou, repetindo a avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que está inconformado com o plano de ajuda a estados aprovado na Câmara.
Segundo Bolsonaro, “o Brasil não merece o que Maia está fazendo”. Apesar das fortes críticas, o chefe do Planalto afirmou que “não está rompendo com o Parlamento”.
“Me desculpe, senhor Rodrigo Maia. Péssima a sua atuação. E não estou rompendo com o Parlamento, não. Mas dessa forma está aprofundando a crise, botando uma conta no meu colo e o Brasil não vai dispor disso daí”, completou.
Para Bolsonaro, se a situação continuar dessa maneira, o Brasil vai virar Venezuela, “um país rico com gente pobre”. Ele afirmou ainda que as atitudes de Maia, de defender o isolamento social e conversar com os chefes dos governos locais, “é falta de patriotismo”.
“É isso que vai virar. Igual à Venezuela. Sou obrigado a fazer isso aqui, um apelo ao Rodrigo Maia. Isso que o senhor está fazendo não se faz com o Brasil. É falta de patriotismo, é falta de humanismo com este país que estava dando certo. Lamento, mas não é desse jeito.”