Para Temer, protestos contra reforma da Previdência são políticos
O presidente pontuou que a reformulação do sistema previdenciário brasileiro é “indispensável”
atualizado
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Dois dias depois de protestos contra a reforma da Previdência serem realizados pelo país, o presidente Michel Temer (PMDB) classificou como de natureza política muitos movimentos que ele disse observar frequentemente. Ele pontuou que a reformulação do sistema previdenciário brasileiro é “indispensável” e reconheceu que pode haver mudanças na proposta que o governo mandou ao legislativo. Para o presidente, agora o Congresso é “o senhor absoluta da questão” na reforma.
“Eu vejo com frequência que há movimentos de protestos, e são movimentos de natureza política, e não de natureza técnica”, afirmou, durante discurso em uma reunião com empresários promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.
Temer citou o projeto de reformulação na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que mandou ao Congresso e que a União não pode auxiliar os Estados sem as contrapartidas que exige dos governos regionais, citando o acordo com o Rio de Janeiro. “Não há como fazer isso sem esta lei que está agora no Congresso e sem as leis estaduais que estão estabelecendo as contrapartidas”, disse Ele disse ainda que se o presidente “piscar” ao descumprir a lei de responsabilidade fiscal, “virá logo um pedido de impeachment”.
Modificações
O presidente voltou a reconhecer que a proposta da reforma da Previdência “muito provavelmente” vai sofrer modificações no Congresso “num ou noutro ponto”. “Agora o senhor absoluto dessa matéria é o Congresso Nacional”, disse.
Para Temer, no entanto, não se pode “quebrar a espinha dorsal” do texto enviado pelo governo. “Se houver necessidade de modificações, nós não estamos infensos ou negando qualquer espécie de negociação. O que não podemos é quebrar a espinha dorsal da reforma da Previdência”, falou.
Ele defendeu a idade mínima estabelecida no projeto, de 65 anos, conforme outros países adotam. “Há três ou quatro países que a idade é segundo o critério que nós temos atualmente”, destacou. O presidente enfatizou o apoio que o Congresso vem dado ao governo e que isso garante o encaminhamento das propostas.