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Para sindicatos, reforma da Previdência é “exagerada”

A fixação de uma idade mínima para aposentadoria em 65 anos já é alvo de resistência de parlamentares e sindicalistas

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Com a ausência da maior central sindical do país, a CUT, ligada ao PT, o governo apresentou nesta segunda-feira (5/12), os principais pontos da reforma da Previdência aos líderes dos trabalhadores. Ponto central da proposta do presidente Michel Temer, a fixação de uma idade mínima para aposentadoria em 65 anos já é alvo de resistência de parlamentares e sindicalistas.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que as medidas “são tão exageradas que vão ajudar a fortalecer mobilização dos trabalhadores contra a reforma”. Ele questionou a falta de detalhes sobre se haverá cobrança de setores que hoje são isentos, como o agronegócio e os exportadores. Juruna também se queixou de Temer não ter apresentado nenhum papel com a proposta.

A reunião com os sindicatos foi feita logo após o encontro com líderes da base aliada. Além da Força Sindical, compareceram representantes da UGT, Nova Central, CTB, CSB, Contag (que representa os trabalhadores rurais) e Dieese.

Em nota, o presidente da CUT, Vagner Freitas, diz que o sindicato “jamais irá aceitar que desiguais sejam tratados de forma igual” na reforma da Previdência. Segundo a entidade, a idade mínima de 65 anos é “injusta com a classe trabalhadora, em especial com os que começam a trabalhar mais cedo e as mulheres”.

Exceções
O deputado Alexandre Baldy (PTN-GO) disse que, apesar de vender uma reforma igualitária, “nem todos serão iguais” na proposta do governo, já que as Forças Armadas, policiais militares e bombeiros ficarão de fora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tratará das mudanças na aposentadoria. A ideia do governo é encaminhar um projeto de lei posteriormente para tratar da Previdência dos militares, mas não será ao mesmo tempo em que a reforma.

Em meio ao anúncio, representantes de categorias como a Polícia Federal estiveram nesta segunda no Palácio do Planalto num corpo a corpo com parlamentares para tentar conseguir escapar da mudança. Ontem, líderes da classe abordavam deputados e senadores tentando convencê-los de que a Previdência da PF deveria ser tratada juntamente com o projeto de lei dos militares.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a reforma da Previdência é necessária para que seja possível aumentar o emprego, reduzir a inflação e baixar os juros. Segundo ele, o governo prevê aprovar a proposta ainda no primeiro semestre de 2017.

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